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Quadrilha de Guarabu faturava com extorsões semanais a motoristas de kombis e vans na Ilha

Quadrilha do número um da Ilha foi morta em ação policial nesta quinta

Por Mario Hugo Monken em 27/06/2019 às 13:06:41

A quadrilha do traficante Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, faturava ao menos cerca de R$ 27 milhões com extorsões semanais de motoristas de vans e kombis das 13 linhas que circulavam internamente na região da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.

O responsável pelo negócio era o ex-PM Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré, de 46 anos, que era suspeito também de ter executado um major da Polícia Militar no ano passado. Ele foi morto no confronto de hoje na Ilha.

 No contexto do sistema criminoso identificado na apuração, cada veículo era obrigado a pagar uma quantia que variava de R$350,00 a R$390,00 semanais, sendo certo que aqueles que não pagassem, além das ameaças de morte, poderiam ter seus veículos destruídos ou ´sequestrados´ pelo bando, o que, de fato, ocorreu durante as investigações (veículo incendiado).

" O não mento dos valores exigidos acarretava a ´proibição´ do motorista ´devedor´ de circular com seu veículo pela Ilha do Governador, sendo certo que a desobediência às determinações do grupo criminoso implicava no ´confisco´ dos veículos até a integral quitação dos valores exigidos, ou mesmo a sua destruição", dizem os autos.

A vantagem econômica era obtida por meio do constrangimento dos motoristas e proprietários de vans e kombis, sempre com o emprego de violência ou grave ameaça e preferencialmente com o uso de armas de fogo.

O recolhimento do produto do crime era feito por ´cobradores´ que integram a quadrilha e controlavam, por meio de anotações contendo as placas dos veículos, aqueles que estavam ´habilitados´ a circular pela Ilha do Governador e aqueles que deviam ser ´travados´

As extorsões se valiam da cobertura de uma cooperativa, que em verdade servia como uma espécie de fachada para justificar a cobrança dos valores extorquidos dos motoristas

Parte dos integrantes da organização criminosa adotou práticas ilícitas no sentido de ocultar ou dissimular a origem espúria de seus rendimentos. Para tanto, verificou-se o uso de interpostas pessoas (vulgarmente conhecidas como ´laranjas´) de forma a ocultar a propriedade formal de diversos bens móveis e imóveis de elevado valor econômico, em que pese tais bens permanecessem à plena disposição dos seus proprietários de fato.

A mesma investigação revelou que o grupo pagava propinas para policiais militares para não repreenderam as atividades da quadrilha.
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