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Julho amarelo com sinal verde para hepatite C

Sofosbuvir: o mais novo antiviral no combate à doença

Por Cristina Ramos em 11/07/2018 às 19:05:20

Divulgação

Fiocruz obtém registro do Sofosbuvir 400 mg, medicamento para hepatite C, com capacidade de cura do paciente, sem necessidade de transplante de fígado. Com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) de 02 de julho, Farmanguinhos já pode iniciar imediatamente a distribuição do produto no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Economia ao Ministério da Saúde significa ampliar o acesso da população a esse importante medicamento", afirma Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos. A previsão é que, em 2023, o Instituto esteja capacitado para atender toda a demanda nacional, destaca o diretor Jorge Mendonça.

O Brasil registrou 40,1 mil casos novos de hepatites virais, em 2017, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. As hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Segundo o Ministério da Saúde, milhões de pessoas no país são portadoras do vírus B ou C e não sabem. Dessa forma, correm risco de terem a evolução da doença, tornar-se crônica e causar danos mais graves ao fígado.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Hepatite é uma doença silenciosa e se caracteriza pela inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, pelo uso de alguns remédios, ingestão de álcool e outras drogas; e por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

Os sintomas da hepatite são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

A transmissão da hepatite B e C é através do sangue e ocorre devido a prática de sexo desprotegido, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B e C).

A não esterilização de utensílios utilizados em estúdios de tatuagem, salões de beleza e relação sexual sem preservativo, são as principais formas de transmissão das hepatites B e C.

Não há tratamento para a hepatite B. A única medida eficaz é a prevenção pela vacina.

Campanha de prevenção

O Ministério da Saúde divulga uma campanha desde 2016, em formato de filme, a respeito do teste da hepatite C: como saber se tenho hepatite C? A meta é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às hepatites virais. Segundo o órgão, até 1993, não havia teste para a detecção da hepatite C. Por isso, recomenda-se o teste para pessoas a partir dos 40 anos. O procedimento pode ser feito nas unidades de saúde.

O Contágio da hepatite A se manifesta por meio fecal-oral, por contato inter-humano, ou por água e alimentos contaminados.

 A vacina para hepatite A está disponível no SUS, sendo oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos.

Infecção de hepatite A em homens aumenta

O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde informa, que os casos da doença que mais dobraram em homens de 20 a 39 anos foi de hepatite A. No estado de São Paulo o número saltou de 155 casos, em 2016, para 1.108 em 2017. Surtos recentes têm sido relatados pelas práticas sexuais com transmissão oral-anal no estado. O município de São Paulo, em 2017, notificou 786 casos, dos quais 302 foram atribuídos a transmissão sexual. Entretanto, no estado de São Paulo, a vacinação está disponível também para homens que fazem sexo com homens.

A única maneira de prevenir a hepatite B é através da vacinação

Em relação à hepatite B, os últimos 10 anos apresentaram pouca variação. Foram 14,7 mil casos em 2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão se dá por sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes e por transmissão vertical - da mãe para o filho -.

Não há tratamento para a hepatite B. A única medida eficaz é a prevenção pela vacina, que está disponível no SUS desde 2016, em caráter universal para todas as pessoas - até então não era rotineiramente recomendada para os idosos -. A justificativa para a mudança foi o aumento na expectativa e qualidade de vida da população, tornando os idosos grupos de risco para contrair infecção pelo vírus da hepatite B.   Na criança, a vacina é aplicada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Nos adultos, que não se vacinaram na infância, são três doses. As gestantes, em qualquer faixa etária e idade gestacional, devem receber três doses, considerando-se sempre o histórico de vacinação anterior. Em 2017, foram distribuídas 18 milhões de vacinas para todo o país e atualmente, 31,1 mil pacientes estão em tratamento para a doença.

Em virtude de ser muito amplo o espectro de pessoas susceptíveis a hepatite B, a vacina deve ser tomada por todo mundo, em três doses: a segunda dose deve ser dada 30 dias após a primeira e a terceira dose seis meses depois da primeira. Prioritariamente, ela deve ser aplicada a recém-nascidos e crianças que não foram vacinadas ao nascer, a adultos com vida sexual ativa, a pessoas que convivem com pacientes com a enfermidade, a pessoas que necessitam transfusões de sangue frequentes ou que tenham que se submeter à hemodiálise, aos usuários de drogas injetáveis, aos profissionais de saúde, aos doadores de órgãos, aos policiais, manicures e podólogos, aos portadores de HIV e de imunodeficiências e às vítimas de abuso sexual. Em doentes, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco (sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas) e o uso sistemático de camisinhas nas relações sexuais.

A hepatite C infecta principalmente adultos acima de 40 anos

A hepatite C acomete, principalmente, os adultos acima de 40 anos. Foram notificados, desde o final da década de 90, 331,8 mil pessoas com a doença. Foram 24,4 mil casos registrados em 2017. "Atualmente, estima-se que cerca de 1,4 a 1,7 milhão de pessoas vivam com o vírus da hepatite C no Brasil. Muitas delas desconhecem o diagnóstico, a forma como foram infectadas e, ainda, que existe tratamento para a doença", relata o diretor de Farmanguinhos.

 O tratamento com os antivirais de ação direta, disponível no SUS, desde 2015, apresentam taxas de curas superiores a 90%. A hepatite C é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos perfuro-cortantes.

Segundo o Ministério da Saúde, a evolução da hepatite oscila conforme o tipo de vírus. O vírus A apresenta apenas a forma aguda da doença em que a pessoa pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Nas hepatites causadas pelos vírus B e C, que se apresentam como agudas ou crônicas - a doença persiste no organismo por mais de seis meses.

Hoje já existe tratamento e cura para a Hepatite C. Quem contraiu a doença, deve realizar o tratamento, que dura cerca de três meses, e tem 95% de chance de cura. Além de não ter efeitos colaterais, o tratamento é fornecido pelo SUS.

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