Durante uma vistoria na área externa do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, inspetores penitenciários encontraram um túnel com dez metros de comprimento que seria utilizado para uma tentativa de fuga dos presos na última quinta-feira (27).
Além disso, foram achados tonéis enterrados com diversos materiais ilícitos próximo ao túnel. A ação, que faz parte da operação “Asfixia”, envolveu servidores da Subsecretaria Adjunta de Gestão Operacional e da Superintendência de Segurança e contou com apoio da Corregedoria e da Superintendência de Inteligência (Sispen).
Os agentes encontraram no local 73 munições calibre 40mm, 18 munições calibre 22, 16 munições calibre 380, 39 munições calibre 38, um tablete de cocaína pesando aproximadamente um quilo, um invólucro de cocaína pesando aproximadamente 200 gramas, dez telefones celulares, três modens, um aparelho Wi-Fi e quatro serras. O túnel foi preenchido com concreto e as munições estavam bastante oxidadas.
A ocorrência foi registrada na 34ª DP, com o encaminhamento do material apreendido e um processo de sindicância já foi iniciado pela Corregedoria da Secretaria para apurar os fatos.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), a unidade tem cerca de 10 mil metros quadrados e atende presos do regime semiaberto. Nesse regime, os presos ficam fora das celas durante o dia e retornam para dormir.
Desde o início da atual gestão, a Secretaria vem trabalhando para combater as irregularidade dentro das unidades prisionais, com destaque para três operações que foram iniciadas neste ano: “Asfixia”, “Iscariotes” e “Bloqueio”.
A Operação “Asfixia”, realizada pelos próprios inspetores penitenciários, já apreendeu em todo o estado, de janeiro a maio deste ano, 5.339 celulares. No mesmo período do ano passado, apenas 3.756 aparelhos foram encontrados.
A Operação “Bloqueio”, cujo objetivo é impedir que visitantes de presos burlem as regras de segurança, já prendeu 33 pessoas tentando entrar com drogas e celulares em cadeias. Nesta ação, já foram presas pessoas tentando arremessar drogas e celulares para dentro da unidades; mulher forjando gravidez para não passar no Scanner, entre outros casos.
A Operação “Iscariotes” flagrou dez inspetores penitenciários tentando entrar com objetos ilícitos nas cadeias. Os casos estão sendo apurados pela Corregedoria e podem ter pena máxima de demissão. No mesmo período do ano passado, nenhum servidor foi flagrado tentando entrar com qualquer tipo de material ilícito nas unidades.
Outra medida importante adotada pela Seap para reforçar a segurança nas unidades prisionais foi o uso de alta tecnologia. Foram adquiridos três drones que estão sendo utilizados nas operações e fiscalizações. Também estão em processo de aquisição detectores de metais, portais e aparelhos de scanners, câmeras e bloqueadores de sinal de aparelhos telefônicos.