Profissão: Herói

Nesta terça-feira (2), em todo o país, é comemorado o Dia dos Bombeiros. Desde 1988, segundo a Constituição Federal, a corporação é responsável pela defesa civil. Entretanto, há muitos anos, os heróis anônimos já fazem parte da história dos brasileiros. Sempre, com muita dedicação e coragem. Somente em 2019, no Brasil e no estado do Rio de Janeiro, esses homens se destacaram em diversas ações. Não à toa, merecem o reconhecimento e a homenagem da sociedade.

No início do ano, com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), foram mais de três meses de trabalho de uma equipe composta por 136 militares. Neste período, os homens conseguiram identificar 233 mortos e localizar 395 vítimas. No mar de lama que devastou quilômetros de natureza, eles se tornaram a principal esperança. Em março, uma solenidade promovida pelo Senado Federal homenageou os envolvidos nas ações empenhadas na tragédia.

Em fevereiro, na capital do Rio de Janeiro, 60 bombeiros participaram de um salvamento angustiante. O final não foi feliz, porém a perseverança da equipe, formada por homens de oito quartéis da cidade, chamaram à atenção da população carioca. Depois da colisão entre dois trens da Supervia, o grupo se empenhou no resgate das vítimas. Entre eles, o maquinista de um dos vagões. Foram oitos horas seguidas de trabalho. Ao final, mesmo tendo conseguido retirar o homem das ferragens, ele não suportou os ferimentos. Mais uma vez, restou o exemplo e a determinação dos integrantes que apoiaram no socorro.

Quando dois prédios desabaram em Muzema, na Zona Oeste carioca, outra vez, os heróis de vermelho se mostraram prontos para a guerra da vida real. Na ocasião, 24 pessoas morreram. Entre poeiras e escombros, lágrimas e abraços de comemoração, os bombeiros viraram dias e noites. De 12 a 21 de abril, cerca de 100 militares trabalharam diariamente na região. De acordo com os registros da Operação Muzema, foram encontrados sete adultos e três crianças feridas. Além dos que vieram à óbito, sendo quatro homens, dez mulheres, seis meninos e uma menina.

Abril também foi um mês de temporais. Antes de Muzema, uma chuva forte inundou as ruas da cidade maravilhosa. A maior nas últimas duas décadas. O resultado foramvários deslizamentos e mais rastros de mortes. Pelo menos, dez mortos foram contabilizados. Até a normalização do funcionamento da capital, bombeiros e agentes do estado trabalharam duro a favor dos milhares de cariocas que, de alguma maneira, foram afetados pelo fenômeno natural.

Vale destacar que, hoje, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) também completou 163 anos de existência. Para celebrar a data foi realizada uma cerimônia no Quartel Central. A festa contou com exibições musicais da Banda Sinfônica da corporação, além de homenagens e simulação de salvamentos. 

De acordo com a assessoria do CBMERJ, a cerimônia que ocorreu no Casarão Vermelho também contou com a entrega do espadim Marechal Souza Aguiar aos cadetes do primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais (CFO). O evento teve a participação do secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral, coronel Roberto Robadey. 

Ainda segundo a assessoria, o comandante-geral agradeceu a presença das autoridades, dos bombeiros ativos e inativos e dos convidados. Em seu discurso, o coronel homenageou a instituição.

 "Hoje é um dia de júbilo. Estamos comemorando os 163 anos do primeiro Corpo de Bombeiros do Brasil. Somos uma corporação que vive para servir a população. E me orgulho desta tropa, que se esforça cotidianamente para atender com excelência. São, aproximadamente, 1200 ocorrências diárias, um socorro que sai a cada minuto. Aos cadetes, digo que não é tarefa fácil, porém muito gratificante. Na nossa academia são forjados os futuros oficiais, que assumem o compromisso de manter o CBMERJ no topo das instituições mais respeitadas" ressaltou o comandante Robadey.