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Primeiro brasileiro no Bayer Leverkusen, Tita afirma que Paulinho vai brilhar na Europa

Atacante viaja segunda-feira para a Alemanha

Por Wilson Pimentel em 12/07/2018 às 17:54:06

(FOTO: Paulo Fernandes / ASCOM CR Vasco)

Maior venda da história do Vasco, o atacante Paulinho está de malas prontas com o destino à Alemanha. O jogador completa 18 anos no próximo domingo, viaja segunda-feira para a cidade de Leverkusen e no dia seguinte, inicia a sua trajetória no futebol europeu, vestindo a camisa do Bayer, que está em pré-temporada.

Paulinho percorre um caminho que não é novidade para o Bayer Leverkusen, já que o clube historicamente sempre abriu as portas para os brasileiros. Exemplos não faltam. Jorginho, Lúcio, Athirson, Zé Roberto, Renato Augusto, entre outros, que brilharam no futebol alemão pelo Bayer Leverkusen, porém o pioneiro foi Tita, ídolo do Flamengo e Vasco. O ex-jogador falou com exclusividade ao Portal "Eu, Rio!" sobre o clube alemão e a relação com os brasileiros e aconselhou o jovem Paulinho nesse novo desafio:

- O que o atacante Paulinho pode esperar nessa ida para o Bayer Leverkusen?

"Hoje o Bayer é um dos cinco principais times do futebol alemão. É claro que na minha época, o clube era pequeno, tinha uma parte pequena do dinheiro que era para investir no futebol, dado pela empresa Bayer. Mas hoje, eles perceberam que poderiam ganhar muito dinheiro. Ampliaram estádio, investiram mais no futebol e junto com o Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Borussia Mönchengladbach e Eintracht Frankfurt, são os grandes clubes da Alemanha."

- Normalmente, jogador brasileiro enfrenta dificuldades para se adaptar ao futebol alemão. O que pode ser fundamental para ele evitar esse tipo de problema?

"Geralmente o jogador que chega a Alemanha tem muita dificuldade. Não foi diferente comigo. Os meus primeiros 3 meses fiquei na reserva, depois de ter saído do Vasco como uma grande figura. Eu saí do Brasil com 40 graus e tive que treinar lá com 5 graus abaixo de zero. É um futebol diferente e uma realidade diferente. Agora eu daria dois conselhos. Se adaptar o mais rápido possível aos costumes dos alemães, que é fazer o que eles fazem, gostar deles, gostar da cultura deles, porque quando gostamos de fato do país, a adaptação fica mais fácil. O meu segundo conselho é aprender o mais rápido o idioma, esse é o principal conselho."


Tita foi peça importante na conquista da Copa da UEFA na temporada 87/88.

(FOTO: Arquivo pessoal)

- Você e o Jorginho abriram as portas do futebol alemão para os jogadores brasileiros. Athirson, Lúcio, Paulo Sérgio e Zé Roberto seguiram para lá depois. Como explicar essa relação entre o Bayer Leverkusen e o futebol brasileiro?

"Essa relação do Bayer Leverkusen em contratar jogadores brasileiros aconteceu porque a maioria dos jogadores que eles levaram, renderam o esperado. Eu fui o primeiro, a cobaia, o jogador que abriu as portas e tive a felicidade de ter sido campeão da Copa UEFA 87/88, que é um dos únicos títulos que o clube possui em sua história. O outro é a Copa da Alemanha, que o Paulo Sérgio conquistou na ocasião. O Bayer Leverkusen não possui sequer um título alemão. É claro que todos os jogadores citados na pergunta não tiveram a felicidade de serem campeões, mas tiveram uma excelente passagem por lá. Por isso essa grande identificação do Bayer por jogadores brasileiros."


(ARTE: Wilson Pimentel)

- Acha que o estilo de jogo dele se encaixa com o futebol praticado na Alemanha?

"Eu acho que o estilo dele se adapta muito bem. O Paulinho reúne qualidades para brilhar no futebol europeu. Eu não tenho nenhuma dúvida de que ele vá se destacar no futebol alemão e em 2022 fazer parte da Seleção Brasileira. É um jogador rápido, potente, driblador, encara o adversário, vai para o mano a mano. Então eu acho que ele tem muito futuro desde que seja uma pessoa respeitadora e goste do futebol alemão. Os alemães gostam de nós brasileiros, gostam da fantasia que nós proporcionamos ao futebol. Por isso existe essa grande relação entre o Bayer Leverkusen e o jogador brasileiro."


Recentemente, Paulinho conheceu as instalações do Bayer Leverkusen.

(FOTO: Divulgação / Bayer Leverkusen)

Paulinho teve ascensão meteórica no Vasco

Paulinho estreou nos profissionais do Vasco exatamente há um ano, 12 de julho de 2017, contra o Vitória, no Barradão. O time venceu por 4 a 1, e a então promessa, ainda com 16 anos, fez um bom jogo, contribuindo com uma assistência. Com essa partida, Paulinho se tornou o jogador mais jovem a atuar com a camisa Cruzmaltino no século XXI. Dois jogos depois, na vitória contra o Atlético-MG, no Independência, por 2 a 1, já com 17 anos, o jovem atacante entrou novamente na história do clube. Ao marcar os dois gols do Vasco, ele bateu três recordes: jogador mais jovem da história do Vasco a fazer gols no século XXI, o mais novo a marcar na Série A do Campeonato Brasileiro, o primeiro nascido depois dos anos 2000. Ao final da temporada de 2017, Paulinho jogou 18 partidas, 12 como titular, marcando 3 gols.

Em 2018, começou a temporada como um dos titulares absolutos do time já quebrando recordes. Contra a Universidad de Concepción, Paulinho marcou um gol na vitória por 2 a 0 no jogo em São Januário, se tornando o jogador mais jovem a marcar um gol, pelo Vasco, na Copa Libertadores da América. Por conta de uma fratura no antebraço, sofrida na partida contra o Cruzeiro pelo torneio continental, Paulinho não pôde ajudar o Vasco na final do Campeonato Carioca e na sequência da Libertadores, desfalque que foi determinante para o insucesso nas duas competições. Neste primeiro semestre, o atacante entrou em campo em 17 jogos, marcou 4 gols e até o momento, mesmo sem jogar desde o dia 5 de abril, segue como líder de assistências da equipe na temporada, com 5 passes para gols.

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