Por 29 votos a 16, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou levar adiante os pedidos de impeachment contra o prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB) por crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Quarenta e cinco vereadores participaram de sessão. Foram protocolados dois pedidos: do vereador Átila Nunes (MDB) e do diretório municipal do PSOL.
Os pedidos de impeachment contra o prefeito foram feitos após reunião entre Crivella e grupo de pastores no Palácio da Cidade, sede do governo, em que o prefeito garantiu soluções para problemas com IPTU e agilidade para cirurgias de catarata.
O público ficou dividido em duas galerias e chamou a atenção antes, durante e após a votação. As torcidas pró e contra Crivella estavam inflamadas. O ponto alto dessa rivalidade ocorreu com a reação do vereador Otoni de Paula (PSC), da base do prefeito: Ele “deu uma banana" para a torcida adversária e ainda fez pior: fez gestos considerados homofóbicos para o público e para David Miranda (PSOL), parlamentar que é gay e defende a bandeira LGBT.
No plenário, Átila Nunes disse que Crivella não poderia governar apenas para uma parcela da população.
“Não podemos ser omissos neste momento. Diversas denúncias aconteceram neste ano e meio de mandato. Ele não pode governar para uma parcela da sociedade. Os áudios gravados são do próprio Crivella, fazendo promessas indevidas. O que decidirmos aqui vai sinalizar para as futuras administrações que se deve governar para todos”, disse o vereador.
Na outra ponta, o líder do governo na Câmara, vereador Doutor Jairinho (MDB), ressaltou que a reunião que Crivella fez com os evangélicos não é motivo para impeachment.
“O país passa por tantos problemas e vai se falar em reunião secreta? Quem vai dizer se ele deve governar a cidade é lá em 2020 e não através de golpe”, disse Jairinho.
Outra denúncia contra Crivella ronda o Palácio da Cidade. O Ministério Público Estadual ajuizou ação baseada em denúncia em que o prefeito Crivella viola o princípio do estado laico na administração municipal e privilegia apenas um segmento religioso em diversos atos. Caso seja condenado, o prefeito pode perder o cargo e pagar multa equivalente a R$ 500 mil.