O Brasil é um dos países que mais realizam cirurgias bariátricas no mundo – são mais de 100 mil por ano, número só superado pelos Estados Unidos, segundo dados da Sociedade Brasileira em Cirurgia Metabólica e Bariátrica. Vista por muitos como solução mágica para problemas de obesidade, a prática pode se transformar numa grande decepção (e trazer, além da volta dos quilos perdidos, outros graves problemas) se um nutricionista não estiver acompanhando todo o processo.
Existe todo um trabalho de reeducação alimentar que, se não for realizado adequadamente, pode levar a extremos. O paciente pode chegar a ter medo de comer novamente ou forçar vômitos. Ou retornar à indesejável obesidade. É um processo para toda a vida que inclui a transição gradual das dietas líquida e pastosa para a dieta livre e a necessidade (ou não) de suplementos vitamínicos, entre outros cuidados necessários.
A nutricionista Monica Cecília Araújo é especialista no assunto, tendo inclusive participado de congressos internacionais pela Sociedade Brasileira em Cirurgia Metabólica e Bariátrica. Ela defende que a cirurgia (que além da obesidade em si, pode ser eficiente em cerca de 30 doenças, entre elas a diabetes) seja usada como a porta de entrada para uma vida melhor e mais saudável, proporcionada pela reeducação alimentar.
“Nutrição me encanta porque com uma rotina alimentar saudável obtemos a qualidade que necessitamos para viver bem. A alimentação recupera a saúde dos enfermos e auxilia no processo de melhora, cura e remissão. E é especialmente fundamental nos casos de cirurgias bariátricas”, explica.