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Traficantes de Duque de Caxias pagaram quase R$ 7 mil em propina a policial

Por Mario Hugo Monken em 24/07/2019 às 15:58:14

Traficantes de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que são alvo de uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual nesta quarta-feira, teriam pago um "arrego" de R$ 6.900 a um policial identificado apenas como Gordão. A informação consta na denúncia contra os bandidos.

A quadrilha tinha um delivery de drogas onde usuários ligavam, faziam suas respectivas encomendas e marcavam um ponto para entrega. Um mototaxista fazia o serviço. 

Os criminosos trabalhavam também com drogas sintéticas. Havia um traficante encarregado de separar as "balinhas" que, segundo a denúncia, seriam ecstasy, lança-perfume e crack. 

Os suspeitos buscavam no Complexo da Penha, na Zona Norte da capital, armas e drogas para abastecer as favelas de Caxias, consta na investigação.

Roubo de cargas também era outra atividade desempenhada pelo bando. Há trechos de interceptações telefônicas que mostram os bandidos conversando sobre cargas roubadas, entre elas de carne e cerveja.

Um dos traficantes ficou encarregado de ser uma espécie de mula, transportando drogas de São Paulo até o Rio de Janeiro. Ele vinha acompanhado de um batedor que o avisava toda vez que havia blitz na Via Dutra. Em uma certa ocasião, segundo a denúncia, esse bandido se desesperou ao observar que policiais ficaram observando o carro em que estava. 

Havia também desentendimentos na quadrilha. Uma informação que consta na denúncia revela que traficantes tentaram extorquir um outro que pertencia ao bando. Um outro entrevero ocorreu quando um bandido acusou outro de dar um prejuízo de R$ 23 mil em uma boca de fumo e que iria tirá-lo dos negócios. 

Uma interceptação telefônica foi feita no momento em que a quadrilha executava um homem, que seria Diogo Henrique de Souza Faria, em 7 de outubro do ano passado. Foi possível ouvir disparos de arma de fogo no momento da ligação captada.

A denúncia descreve a intimidação promovida pela organização dentro das comunidades, coagindo as pessoas, mediante violência e grave ameaça, a agir conforme a chamada “lei do tráfico”.

O PM Douglas Fontes, morto em 2018, por integrantes do bando,  foi assassinado após os criminosos suspeitarem que seria um policial, pois havia uma arma dentro do carro em que estava. Todos os bandidos envolvidos efetuaram diversos disparos de fuzil e pistola que resultaram na causa da morte da vítima.

Membros da quadrilha também estão envolvidos em um assalto a uma loja da Oi em fevereiro de 2018. Cinco minutos após a loja abrir, os  criminosos adentraram no estabelecimento e, em seguida, anunciaram o assalto. Narraram as vítimas que os bandidos mediante grave ameaça exercida por emprego de arma de fogo, ao indicarem o roubo, se dirigiram imediatamente para o estoque, local em que permaneceram por cerca de três minutos. Os suspeitos, em posse dos bens subtraídos, com ajuda de comparsas que os esperavam do lado de fora do estabelecimento, fugiram para local incerto e não sabido. Toda ação foi filmada por câmeras de videomonitoramento, fato que facilitou pelo menos a identificação de um dos supostos criminosos, que veio a ser reconhecido pelas vítimas, posteriormente, em sede policial. Ele foi posteriormente preso.
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