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ONG relata morte e agressão de inocentes durante operação policial

Denúncias feitas pela ONG Redes da Maré revelam inúmeros relatos de violência em comunidade carioca

Por Mário Hugo Monken em 06/08/2019 às 21:03:43

Imagem: Anônimo

Denúncias feitas pela ONG Redes da Maré revelam que um inocente morreu, outro foi baleado, um mototaxista foi agredido e um suspeito acabou sendo atingido por um tiro quando já estava rendido durante uma operação policial nesta terça-feira (6), no conjunto de favelas, na Zona Norte do Rio. .

A "Redes da Maré" recebeu inúmeras denúncias de violências e violações de direitos no local. Entre elas estão casas invadidas sem mandados judiciais, moradores que sofreram violências físicas e psicológicas e três pessoas feridas, além de uma pessoa morta com indícios de execução.

Segundo relato publicado na página da ONG, Jeferson Luciano da Silva, de 31 anos, chegou morto ao Hospital Getúlio Vargas, por volta das 07h30, com tiros nas costas, braços e abdômen. Moradores relatam que policiais teriam disparado contra o homem quando ele passava de moto. A família de Jeferson soube de sua morte pelas redes sociais. Os parentes procuraram por mais de quatro horas no IML e hospitais da região. Jeferson foi encontrando com o apoio da equipe da Redes da Maré.

Na manhã de hoje, a Redes da Maré também foi informada que um homem teria sido alvejado na esquina da Rua Teixeira Ribeiro com a Rua Principal, na favela Nova Holanda. Identificado como Ancelmo Silva Santana, há relatos de que ele estaria desarmado e que não oferecia risco, mas mesmo assim foi atingindo na perna e na cabeça pelos policiais.

Ainda de acordo com informações de testemunhas, ao ouvir os gritos de Ancelmo, sua mãe e suas três filhas chegaram ao local, porém, policiais teriam apontado o fuzil para a família. Eles tetiam sido proibindos de chegar próximo a Ancelmo. O homem foi colocado no carro blindado para o Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) e permanece internado, em estado grave.

O morador da Maré, Wilton Soares da Silva, também foi baleado na Vila dos Pinheiros e deu entrada pela manhã no HGB. A família não foi encontrada. Além disso, um policial militar, identificado apenas como Leonardo, foi atingido no pescoço e encaminhado ao centro cirúrgico no Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

No final da manhã, um mototaxista teria sofrido violência física e psicológica de policiais no Salsa & Merengue. Depois de quase uma hora sofrendo diferentes formas de violências, policiais jogaram a chave da moto no valão e liberaram o moto-taxista, que teve que seguir empurrando sua moto.

De acordo com a ONG, esta foi a segunda feita pelo Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE) apenas no mês de agosto. Equipamentos de saúde e educação da Maré fechados deixando mais de 15 mil crianças e adolescentes sem aula e outros milhares de moradores sem atendimento médico

Em nota, a Redes da Maré informou que repudia qualquer forma de crime e de violência, em especial contra vida. A vida é nosso bem maior e deve ser preservado, sobretudo pelo Estado.

"Não acreditamos que o combate às redes ilícitas e criminosas se faça com morte e extermínio. Somos a favor de um sistema de justiça e de uma segurança pública que inclua todas as cidadãs e cidadãos de qualquer região da cidade", diz o comunicado.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a corporação realizou uma ação visando coibir atuação de criminosos no Complexo da Maré. Policiais militares do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Grupamento Aeromóvel (GAM) atuam na região.

Houve confronto e dois homens foram socorridos e três foram presos. Foram apreendidas duas pistolas, uma granada, dois radiotransmissores, um fuzil, três carregadores de pistolas, um carregador de fuzil, 57 munições, 3.000 cigarros de maconha, 12 tabletes de maconha de R$ 150, 40 sacolés de maconha, três quilos de cocaína e uma mochila contendo drogas.

Sobre as denúncias da ONG, a PM informou que o comando da corporação não compactua com nenhum possível desvio de conduta de qualquer um de seus militares. A Corregedoria monitora, atua e pune todos os envolvidos em tais práticas quando identificados e comprovados os fatos.

A instituições disponibilizou os seus canais oficiais para denúncias. Eles estão à disposição da população em tempo integral no WhatsApp através do número (21) 97598-4593, por telefone pelo número (21) 2725-9098 ou pelo e -mail [email protected]. O anonimato é garantido.

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