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Anvisa realiza audiência pública para discutir liberação dos cigarros eletrônicos

Atualmente, a comercialização, a importação e a propaganda dos DEFs é proibida no Brasil

Por Cláudia Freitas em 08/08/2019 às 11:47:55

Foto: Pixabay

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza nesta quinta-feira (8/8) uma audiência pública para debater e coletar dados científicos sobre os potenciais riscos e benefícios dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), que envolve o cigarro eletrônico e outros mecanismos, como o tabaco aquecido. O encontro com representantes de entidades governamentais e ligadas à saúde no país é a primeira etapa de discussões em torno do tema, que também vai incluir outras participação social, como consultas dirigidas, diálogos setoriais, tomada pública de subsídio e consulta pública. Os fabricantes de DEFs defendem a liberação do comércio dos dispositivos como forma de auxílio na transição dos fumantes que desejam largar o cigarro ou como política de redução de danos.

Atualmente, a comercialização, a importação e a propaganda dos DEFs é proibida no Brasil. Apesar da indústria do tabaco alegar que estes similares funcionam como auxiliares àqueles que desejam parar de fumar e que são menos danosos, entidades de saúde contrárias a liberação desses produtos reforçam o risco da inserção desse novo hábito de fumar, principalmente entre os jovens, uma vez que não existem estudos que comprovem a segurança na utilização dos cigarros eletrônico.

“Se a própria indústria do tabaco admite que o cigarro convencional é tão danoso para o organismo, como ela propõe uma nova modalidade, que contém inúmeras substâncias tóxicas? Cria-se uma tecnologia, dando nova roupagem ao cigarro, que ao incluir aromas artificiais, atrai jovens e adolescentes. Além de passar a falsa ideia de que o cigarro eletrônico não faz mal à saúde, pode haver ainda a migração para o cigarro convencional.”, esclarece o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni Jr., diretor executivo da Fundação do Câncer.

O embasamento para o veto destes dispositivos eletrônicos, da autarquia e de outras autoridades de saúde, está em resultados preliminares de uma pesquisa da faculdade de medicina da Universidade de Nova York. O estudo indicou que o cigarro eletrônico poderia aumentar o risco de danos ao coração, pulmões e bexiga.

“Esperamos agora que, ao fim desse diálogo, este novo hábito de fumar não ganhe as ruas do país, colocando em risco um trabalho exitoso de controle do tabagismo, que vem sendo construído há mais de duas décadas e é responsável pela queda de 40% do número de fumantes no país”, acrescenta Maltoni, enfatizando que este momento pode representar um marco para o controle do tabaco no país.

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