Pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma partícula biodegradável, feita de amido de milho e óleo essencial de tomilho, capaz de combater as larvas do mosquito Aedes aegypti .
"Conseguimos obter uma partícula que se comporta exatamente como os ovos do mosquito. Enquanto o ambiente está seco, ela se mantém inerte e conserva o agente ativo protegido. A partir do momento em que entra em contato com a água, começa a inchar para permitir a liberação do larvicida", explica a professora Ana Silvia Prata, coordenadora do estudo.
Após três dias, segundo ela, no período em que os ovos eclodem e tem início a fase larval, a partícula passa a liberar quantidades letais do princípio ativo na água.
Além de ser inofensivo ao ser humano, outra vantagem do composto é o custo benefício. O produto é cerca de 15 vezes mais barato do que os larvicidas mais utilizados. Ana Silvia Prata estima que um quilo das partículas custaria cerca de R$ 30.
“Seria preciso apenas um grama para cada vaso de plantas, então, um quilo de partículas seria suficiente para muito tempo”, detalha a pesquisadora. “Fizemos esse levantamento sem negociação com fornecedores, o que poderia baixar ainda mais os custos para o consumidor final. Para o governo, seria um investimento ainda mais em conta.”
O estudo recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi publicada na renomada revista especializada “Industrial Crops and Products”.