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Pesquisa do Ipea mostra que violência doméstica pode ser maior com trabalhadoras

Costumes patriarcais da sociedade seria um dos motivos para a prática de atos violentos

Por Leonardo Pimenta em 19/08/2019 às 23:08:14

Foto: Tumisu/Pixabay

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou no Rio de Janeiro, nesta segunda (19), uma pesquisa inédita que aponta que mulheres que trabalham no mercado de trabalho têm grandes chances de sofrerem violência doméstica. Segundo os pesquisadores, o índice de violência contra as mulheres que integram a população economicamente ativa (52,2%) é praticamente o dobro do registrado pelas que não compõem (24,9%).

O órgão se baseou em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo IBGE, e estudos sobre gênero, patriarcado, feminismo e economia. O estudo mostra que, apesar de a mulher estar cada vez mais independente e ativa no mundo dos negócios na atualidade, os costumes patriarcais ainda são muito presentes na sociedade e seriam um dos elementos que fazem com que alguns homens pratiquem atos violentos no ambiente familiar. A pesquisa mostra ainda que os casais divorciados apresentam um índice maior de violência que os que moram juntos, sendo que, em 43,1% dos casos, a violência acontece na residência da vítima e, em 36,7%, a agressão ocorre fora de casa. Os atos são realizados 32,2% por pessoas conhecidas, 29,1% por pessoas desconhecidas e 25,9% pelo cônjuge ou ex-cônjuge.

A situação econômica é outro fator predominante nos casos de violência. As mulheres que recebem salários maiores que seus companheiros apresentam índices menores de violência que as que possuem rendimentos menores que os parceiros. Os autores do estudo acreditam que o aumento da participação feminina na renda familiar eleva o poder de barganha das mulheres e reduz a probabilidade de sofrerem violência conjugal.

Na conclusão do estudo, as pesquisas relatam que é necessário um grande trabalho em políticas públicas de proteção à mulher, investimento em produção de bases de dados mais qualificados sobre a questão, o aperfeiçoamento da Lei Maria da Penha e intervenções no campo educacional, para uma maior conscientização e respeito às diferenças de gênero.

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