A milícia comandada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, planejou matar uma juíza, um delegado de polícia, além de desafetos da organização. A denúncia chegou até à 35ª DP (Campo Grande) por meio de cartas anônimas e a informação consta em um processo que tramita na Justiça desde 2017. Os nomes das possíveis vítimas, no entanto, não foram mencionados nos autos.
Ecko é réu em ao menos 12 processos na Justiça que correm na Capital, Santa Cruz (Zona Oeste da Capital), e em Itaguaí, que também fica na Região Metropolitana, desde o ano de 2015. Alguns encontram-se sob sigilo ou em fase de inquérito.
Ele responde a vários crimes, como extorsão, associação criminosa, homicídio, organização criminosa, receptação, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma. Nunca foi condenado.
Segundo investigações, atua sem paradeiro certo, podendo se esconder em áreas diversas de atuação da organização criminosa que integra.
Seu bando é acusado de matar testemunhas como fator de intimidação,além de executar desafetos e até membros da própria quadrilha.
"A quadrilha de criminosos, visando subjugar e coagir a comunidade local ostenta e utiliza armas de fogo de grosso calibre, e, a pretexto de consolidar a punição devida àqueles que de alguma forma transgrediram as regras e ordens por eles bradadas, por muitas vezes cometem crimes de homicídio qualificado".
É ele o principal destinatário dos lucros obtidos com as atividades criminosas como extorsão a moradores, comerciantes, motoristas do transporte alternativo, mototaxi, vendedores ambulantes, do monopólio de entrega de gás, internet, água, cigarros contrabandeados, roubos de cargos, furto de petróleo de dutos da Petrobras, extração ilegal de terras, esbulho possessório, receptação, aluguel de armamento para outros grupos criminosos e outras atividades, praticada pelo seu grupo em várias localidades.
Ecko instituiu setores, concedendo a gerência e controle a homens de sua confiança, porém não autonomia para as decisões, que necessariamente devem ser submetidas ao seu crivo, como por exemplo, a cobrança extorsionária dos moradores e decisão sobre assassinato de algum desafeto.
A organização criminosa obtém dados relevantes sobre operações policiais e diligências em andamento através de vazamento de informações por meio de agentes públicos e pessoas próximas. Atua também difundindo falsas informações para gerar descrédito em dados, pessoas e investigações idôneas, principalmente por meio de rede social e aplicativos de comunicação, pela agilidade da difusão.
O bando também intimida policiais. Primeiro tenta corromper, cooptar o agente; faz ameaças com o objetivo de desestabilizar o emocional do policial que o investiga, denuncia ou processa, freando de certa forma o que pesa contra si; atua na contra-informação para denegrir a imagem do seu oponente, muitas das vezes atribuindo falsamente crimes e, por último, pratica crime contra a vida.
O trabalho de monitoramento das ligações telefônicas deferidas pela Justiça aponta a continuidade das ações criminosas dos membros da milícia que se encontram presos, em cumprimento de pena, eis que se comunicam por meio de ligações telefônicas de aparelhos celulares levados às unidades de forma clandestina.