Na noite desta terça-feira (3), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) fez um vídeo explicando o caso envolvendo o seu filho e o Colégio Militar de Brasília. Durante o dia, alguns veículos noticiaram que o filho da parlamentar foi admitido na instituição de ensino sem passar por um processo seletivo. Entretanto, segundo a explicação de Carla, ela não foi privilegiada.
"Eu tive o privilégio, mas não um privilégio imoral como vocês estão imaginando. Eu quis o meu filho em um colégio militar porque eu tive que tirá-lo no meio do ano, no meio do ano letivo de uma cidade que ele adorava, com os amigos dele e com a família dele. Tive que trazê-lo as pressas pra Brasília por conta das ameaças que ele passou a sofrer de novo e que nós sofremos desde o ano de 2016", explicou a parlamentar.
Segundo Zambelli, agora, querem pegar o filho dela. Desse modo, a deputada afirmou que o Exército avaliou uma excepcionalidade.
"Meu filho fez as provas e fez os testes necessários. Foram encaminhados todos para o Comandante do Exército que, segundo o artigo 92, do Código de Regimento do Colégio, diz que em casos de excepcionalidade, o coronel tem a discricionariedade de autorizar a vaga do meu filho, tá. Isso aconteceria com qualquer filho, desde que a ameaça fosse tão grave quanto a minha", afirmou.
Zambelli ainda relatou que as pessoas que estão criticando sua atitude jamais matriculariam os filhos em um Colégio Militar. Ela também completou dizendo que gostaria que todos os filhos de brasileiros estivessem em uma escola militarizada. Inclusive, informou que é uma apoiadora do projeto de militarização das instituições de ensino do país.
"O colégio não é público, eu não tirei nenhuma vaga de outra criança. Eu continuo pagando as mensalidades, paguei todos os cursos do meu filho e ele fez as provas. Ou seja, não tem nenhuma ilegalidade, nenhuma imoralidade, não tem corrupção e não tem absolutamente nada de errado. Tô muito tranquila e espero, de verdade, que o Ministério Público possa investigar e provar isso na justiça" , concluiu.
Ainda na tarde desta terça, a deputada publicou uma imagem das ameaças citadas. No post, ela justificou os motivos para buscar amparo no Colégio Militar.
"Enquanto o Estado não for competente para GARANTIR a segurança do meu filho diante das ameaças que ele sofre pelo simples fato de ter uma mãe q ENFRENTA o crime organizado, e a pedofilia, tentarei encontrar SIM um colégio q traga segurança para os momentos q ele passa no colégio", escreveu.
Sobre a admissão do filho da deputada federal, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que o artigo 92 do Regulamento dos Colégios Militares (R-69) faculta ao Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx).
De acordo com a nota, isso inclui matrículas em caráter excepcional, conforme justificativa apresentada por eventual interessado. O fato da decisão ter sido publicada em Boletim de Acesso Restrito teve por finalidade preservar informações de cunho particular do solicitante.