Atendendo a pedidos de funcionários do Hospital Federal de Bonsucesso e representantes da Federação Nacional dos Médicos, Federação Nacional de Sindicato de Trabalhadores em Saúde (Fenasp) e Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência Social (Sindsprev), a Comissão de Parlamentar Externa dos Hospitais Federais pedirá ao Ministério da Saúde a exoneração da direção do hospital. A medida foi aprovada em reunião realizada na última segunda-feira e o pedido será feito até o final desta semana.
A alegação para o pedido de imediata exoneração será por crime contra a saúde. Caberá ao deputado federal Hugo Leal, presidente da Comissão levar a solicitação ao Ministério. Quem responde pelo HFB é a diretora-geral, Luana Camargo da Silva e o diretor-administrativo Paulo César de Abreu Macedo Soares, auxiliados pelo diretor-médico Francisco Xavier Dourado Fialho de Oliveira e o coordenador assistencial Paulo Cotrim.
Segundo denúncias de funcionários do hospital, há dois meses a unidade, única pública no estado do Rio que faz transplantes de rim, vem passando por grave crise de desabastecimento de insumos e medicamentos. Por conta disso, cirurgias foram suspensas, quimioterapias interrompidas e pacientes nos corredores, conforme já foi denunciado pelo Conselho Regional de Medicina após visita recente ao hospital. Outra denúncia dos funcionários é que há pacientes morrendo ou tendo a doença agravada por falta de condições de atendimento adequado.
"Toda a documentação deve ser também levada para reunião com o Ministério Público Federal, porque toda essa irresponsabilidade que coloca a vida dos pacientes em risco não pode ficar impune", declarou o médico Júlio Noronha, delegado da Federação Nacional dos Médicos. No último dia 12, um grupo de servidores do hospital realizou ato denunciando os problemas da unidade.
No próximo dia 23, às 10h, na Praça da Liberdade, no Centro de Nova Iguaçu, haverá a Assembleia Geral dos Trabalhadores, para discutir o desabastecimento, a falta de profissionais, perseguição aos funcionários pela direção e indicativo de paralisação.
Procurada, a direção do HFB negou que haja falta de medicamentos e insumos e que o Setor de Emergência opera com capacidade limitada no momento. Acrescentou que estão para chegar 750 novos profissionais, enviados pelo Ministério da Saúde e isso deverá sanar a limitação na Emergência e aumentar o número de atendimentos do hospital. As novas contratações devem estar concluídas até o final de agosto.