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Natura Musical apresenta o novo disco de Luísa e Os Alquimistas

Este é o terceiro álbum de Luísa e os Alquimistas e traz uma mistura de ritmos da música popular nordestina

Por Jonas Feliciano em 29/09/2019 às 17:13:51

Imagem: Luana Tayze

Jaguatirica Print é o terceiro álbum de Luísa e os Alquimistas e traz uma mistura de ritmos da "música popular nordestina". No novo trabalho, Luísa Nascim e os seus parceiros foram buscar referências do que de mais popular está sendo produzido entre o Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará.

"Nesse disco procuramos nos aprofundar na energia sonora dos batidões eletrônicos da música urbana nordestina, conectando isso com um ambiente de experimentação de timbres, arranjos, flows e assuntos que se misturam ao dub, dancehall, reggaeton, rap, zouk, r&b. Além dessa forte ligação com a contemporaneidade, a sonoridade também se estende ao passado e busca climas por vezes retrô e, até mesmo, brega, dos anos oitenta e noventa, o que também está presente na parte visual do disco", explicou a cantautora.

Desde a última sexta-feira (27), o resultado dessa mistura pode ser acessado em todas as plataformas streaming. Sucessor de "Cobra Coral" (2016) e "Vekanandra" (2017), o álbum é fruto de uma parceria com a Natura Musical. "Jaguatirica Print" começou a ser gerado antes da aprovação do edital. No começo de 2018, Luísa e o baixista do grupo e produtor musical do disco, Pedras, já começaram a trocar figurinhas sobre o que viria a ser o terceiro álbum.

"E a partir desse contato foram surgindo alguns beats. Nesse meio tempo me mudei de Natal para São Paulo, ampliei a formação da banda - que passou a ter novos três alquimistas no sudeste - e paralelo a isso fomos aprovados no edital da Natura", lembrou Luísa.

A produção musical foi compartilhada entre os dois integrantes da formação de Natal, Pedras e Gabriel Souto. Luísa assumiu a direção artística de todo o material do álbum e grande parte das composições. Os alquimistas de Natal (RN), que deram início ao grupo com a cantora são, além de Gabriel Souto e Pedras, Zé Caxangá, Pedro Regada, Carlos Tupy e Tal Pessoa .

Já o processo de composição e gravação foi feito entre o Rio Grande do Norte e São Paulo, o que possibilitou agregar todos os integrantes das duas formações da banda na construção dos arranjos. Inicialmente, entre vários beats que foram produzidos por Gabriel e Pedras, Luísa selecionou os que iriam para o disco.

"No final de 2018, fizemos uma primeira imersão de gravação, onde a formação de Natal passou uma semana numa residência artística na Praia de Cotovelo (RN). Desse processo já resultaram novas músicas que foram trabalhadas posteriormente", contou.

Ao longo do primeiro semestre de 2019, ela seguiu compondo as letras até que todo o grupo se reuniu durante um mês em uma casa no bairro da Lapa, em São Paulo.

"Os produtores do álbum vieram pra cá e junto com a formação daqui as gravações rolaram de maneira bem natural. Foi fundamental para o processo ter a oportunidade de estar junto, diariamente, trabalhando nos arranjos e unindo todas essas experiências. Finalizando esse período, passamos cinco dias no estúdio da Red Bull Station gravando as minhas vozes e também da Doralyce e da Luê. Foi ótimo porque junto a isso veio todo o suporte técnico da equipe de lá - Funai, Alejandra e Eric. E todas as outras participações foram gravadas durante esse período a distância; o material ia chegando e se encaixando ao todo", destacou Luísa.

Vale destacar que o disco foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2019, com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura.

"Natura Musical sempre acreditou na força da música para mobilizar as pessoas. Para refletir esse propósito e dar espaço à diferentes vozes, a plataforma apoia artistas e bandas capazes de amplificar debates contemporâneos. Além de entreter, eles também usam a arte como um meio de questionamento e transformação. É o caso de Luísa e os Alquimistas em seu novo trabalho", ressaltoi Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura.

O "Jaguatirica Print" conta com participações de várias cantoras, compositoras e parceiras de Luísa, que ajudaram a compor a atmosfera do álbum com suas vivências e trajetórias musicais. Participam do álbum a MC e repentista, Jessica Caitano, natural da cidade de Triunfo (PE), Catarina Dee Jah, que vive em Olinda (PE), Doralyce, pernambucana radicada no Rio de Janeiro, além Sinta A Liga Crew e Jamila, que são da cena de João Pessoa (PB) e Luê, que vive em São Paulo, mas vem de Belém (PA).

O trabalho ainda tem Izy Mistura, cantor que veio do Togo, mas vive no Brasil e gravou e compôs com Luísa durante a Red Bull Music Pulso de 2018.

"Essa presença feminina das convidadas veio do desejo de enfatizar a narrativa da mulher nesses batidões eletrônicos, que ainda são predominantemente ocupados por temas que partem do lugar de fala, não só masculino, mas também machista e objetificador. As letras do álbum não são monotemáticas e tocam em várias questões, onde até mesmo as músicas de amor tem uma poética que passa mensagens de empoderamento e foge do romantismo sofrência convencional. Memórias da infância perto da praia, paisagens sonoras nostálgicas, o cotidiano opressor da cidade grande, músicas pra fazer o passinho dxs malocas, feminismo, saudade, partida, solidão, amizade, sororidade, redes sociais? tudo isso pode ser encontrado nesse álbum", resumiu a artista.

A identidade visual também levou a assinatura de Luísa e trouxe o artista paraibano Thiago Trapo, responsável pela capa de "Vekanandra", que adora ressignificar elementos visuais kitsch.

Imagem: Divulgação

"Além dele, também contamos com a equipe da Mole Enterprise na produção da capa e de alguns vídeos, que junto comigo e com o Trapo assina todo o conceito estético visual do álbum", destacou.

A capa do álbum, incorpora de modo crítico referências de antigas coletâneas de música.

"Quando surgiu o nome "Jaguatirica Print", a foto de uma bunda com um short de animal print veio na minha cabeça na mesma hora. Comecei a pesquisar várias referências e vi capas de coletâneas de música caribeña, disco e boogie, que faziam o uso desse recorte do corpo feminino, mas de uma maneira sexista, machista e objetificadora", apontou Luísa.

A partir daí, a artista também se deixou influenciar por inspirações femininas, como o disco Índia, de Gal Costa, e decidiu fotografar sua própria bunda.

"Por que não? Pensei? Nós mulheres nos privamos de muitas coisas por medo do que os outros vão pensar ou dizer, por medo de sermos assediadas, estupradas, violadas. O short que uso na capa do álbum é lindo, mas eu não ousaria usá-lo nas ruas de São Paulo sozinha, entende? É muito triste essa constatação. Concebi essa capa na vontade de subverter essa lógica opressora em que nós mulheres vivemos. Através do meu trabalho artístico senti que era possível atravessar essa fronteira em relação ao meu próprio corpo", adiantou.

A agenda dos shows de lançamento está cada vez mais recheada. A primeira apresentação será em João Pessoa, dia 04 de outubro, no Mi Casa Su Casa Pub e na sequência, dia 05, ela chega em Recife para uma noite pra lá de especial com Boogarins no Baile Perfumado.?


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