A cada semana que passa me sinto como na república do filme Luar sobre Parador, com roteiro de Leon Capetanos e Paul Mazursky, baseado na história de Charles Booth. Na história, o ditador de um país latino morre e o chefe de seu gabinete convence o ator Jack Noah, interpretado por Richard Dreyfuss, que é um sósia do morto, a assumir seu lugar. Somente ideias estapafúrdias em um país muito pequeno e com uma população sem consciência política pode dar certo certas ideias. Às vezes, penso que estamos vivendo um pesadelo tal qual um filme como este. Seria Bolsonaro um clone implantado pela CIA? Isso justificaria um diretor da CIA em um encontro secreto no planalto? Para trocar uma tecnologia ou alguma bateria?
É claro que ideias dessa estirpe são levadas a sério por uma parte da população. Um país que não prioriza a educação, nem tem consciência de classe por parte dessa população, leva a uma crença sem precedentes. Esse não é um fenômeno nacional, e sim internacional. A extrema direita possui um discurso uníssono em torno de suas crenças. Como existe eco nas pessoas por algumas das falas do presidente, acabam sendo levados por qualquer marketing oferecido, mesmo sendo fakenews. Ano passado, houve uma manifestação na Alemanha, promovido por grupos fascistas, que disseminavam teorias da conspiração, pediam NÃO as vacinas e eram adeptos de tratamentos alternativos. Alguma semelhança?
O "Dia da liberdade" pedido pelos manifestantes era também o título de um filme nazista de Leni Riefenstahl, sobre a convenção do partido nazista NSDAP em 1935. A convocação foi feita pelo grupo Querdenken 711, de Stuttgart, militantes antivacinas. Jornalistas que cobriam a manifestação, eram hostilizados. Teorias da conspiração eram disseminadas nas redes sociais difundidas por pessoas e políticos de extrema direita na Alemanha. Alguma semelhança?
No caso Alemão, a taxa de infecção caiu na Alemanha, devidosas medidas e a vacinação em massa e as medidas foram relaxadas pelo governo federal. A população estava enfim feliz, e a adesão às ideias negacionistas caiu. O melhor exemplo foi de Trump, que diminuiu a importância do vírus para a população no início da pandemia, chegando a indicar detergente contra o vírus. Mais de 100 pessoas foram parar no hospital por causa de sua fala. O vírus estava descontrolado e foi determinante nas eleições presidenciais ainda mais quando ele recebeu diagnóstico positivo do vírus e teve um tratamento com os melhores especialistas do país. Quando os EUA estavam com mais de 500 mil mortos, o presidente ainda era o responsável por 40% das informações falsas, desacelerou os testes do COVID, dizia que tomava Hidroxicloroquina, barrou verbas do CDC, as maiores incidências da doença estavam em estados com maior votos para o presidente. Alguma semelhança?
Mas com a vitória de Biden, o programa foi acelerado e conseguiram imunizar 70% da população em tempo recorde, cumprindo a meta de proteção da população até o dia da independência dos EUA. Foi preciso a eleição para mudar o foco e finalmente proteger não só os americanos, mas o mundo também. Agora que a maioria dos governantes de extrema direita caiu por ineficiência contra a pandemia, temos o caso brasileiro que assusta o mundo. Não temos só o caso de ineficiência e negacionista contra a pandemia. Temos adicionado a isso, ao maior escândalo de corrupção no meio de um estado de desespero de mortes da população. O Ministério ao invés de comprar diretamente do negociante, tratava com negociadores por causa de propinas. Tratavam com uma empresa de três pessoas valores de 7 bilhões de dólares. Já sabemos como esse filme pode terminar, mas queremos que termine antes da eleição de 2022.
O que me preocupa é o que trama a cabeça do presidente, que era considerado perigoso para a ditadura, para deixar de entregar a faixa presidencial.