A utilização da capacidade de operação da indústria da construção foi de 62% em setembro, o maior nível desde dezembro de 2014. Isso significa que a ociosidade no setor é a menor dos últimos cinco anos. Com o crescimento de 4 pontos percentuais frente a agosto, o indicador alcançou a média histórica pela primeira vez em quase cinco anos, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira, 25 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Os resultados da Sondagem mantêm o cenário de melhora que vem ocorrendo desde o início do ano. Os dados não sugerem aceleração na recuperação, mas apenas continuidade dos resultados alcançado até agora", avalia a CNI.
De acordo com a pesquisa, o índice de evolução da atividade ficou em 49,5 pontos em setembro, o maior nível desde 2013. O indicador de evolução do número de empregados ficou em 47,5 pontos no mês passado e está 3,6 pontos acima da média histórica e 2,4 pontos maior do que o registrado em setembro de 2018. A pesquisa observa que, mesmo abaixo da linha divisória dos 50 pontos, os dois índices superam as médias históricas. Isso sugere que há sinais de recuperação na atividade e no emprego.
Os empresários continuam com perspectivas positivas. Todos os indicadores de expectativas estão acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do emprego no setor nos próximos seis meses. A confiança no setor também se mantém elevada, acima da linha divisória dos 50 pontos que separa a confiança da falta de confiança. O índice de confiança do empresário industrial da construção (ICEI-Construção) ficou em 58,8 pontos neste mês, 5,3 pontos acima da média histórica.
Mesmo assim, a disposição para os investimentos segue baixa. "No decorrer de 2019, o indicador oscila em torno de 35 pontos, sem traçar uma tendência robusta de crescimento", informa a pesquisa. "Há ainda muito espaço para aumento da utilização da capacidade operacional. A ociosidade existente somada aos elevados custos de produção com que o empresário se depara, travam o investimento", afirma a economista da CNI Dea Fioravante. Em outubro, o índice de intenção de investimento ficou em 36,2 pontos. Mesmo com a queda de 1 pontos em relação a setembro, o indicador permanece 2,4 pontos acima da média histórica. O índice varia de zero a cem pontos e quanto maior o valor, maior a disposição para fazer investimentos.
Carga tributária alta e demanda baixa, os males do Brasil são
A elevada carga tributária, a falta de demanda e o excesso de burocracia lideram a lista dos principais obstáculos enfrentados pela indústria da construção no terceiro trimestre deste ano. No ranking, a carga tributária ficou em primeiro lugar, com 41,1% das respostas dos empresários. Em segundo, com 35,5% das menções, aparece a demanda interna insuficiente, e, em terceiro, com 30,5% das assinalações, os industriais citam o excesso de burocracia.
Chama a atenção o crescimento de 6,3 pontos percentuais no número de menções ao excesso de burocracia. O problema, que ocupava o quinto lugar na lista do segundo trimestre subiu para o terceiro posto no ranking. "As maiores dificuldades do setor estão claramente relacionadas ao ambiente de mercado e menos às condições das empresas", observa a CNI.
A Sondagem informa ainda que as condições financeiras das empresas também melhoram no terceiro trimestre. "Apesar de permanecerem abaixo da linha divisória de 50 pontos, sugerindo insatisfação, os indicadores mostram tendência positiva no decorrer dos três trimestres de 2019", diz a pesquisa.
O índice de satisfação com a margem de lucro ficou em 36,8 pontos no terceiro trimestre e está 0,7 ponto acima do registrado em igual período do ano passado. O índice de satisfação com a situação financeira subiu para 40,6 pontos. O índice de facilidade de acesso ao crédito subiu 1,7 ponto em relação ao segundo trimestre e ficou em 35,2 pontos.
Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 11 de outubro com 490 empresas. Dessas, 175 são pequenas, 203 são médias e 112 são de grande porte.
Fonte: Com site da CNI