A cada dia 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata* e aproximadamente 3 milhões vivem com a doença, sendo essa, a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil. São estimados para este ano 68.220 novos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A SBU recomenda que os homens a partir da puberdade devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. O início da avaliação do risco de câncer da próstata começa aos 50 anos e, naqueles da raça negra, obesos mórbidos ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. Os exames deverão ser realizados após uma análise dos fatores de risco pelo urologista e ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de dez anos.
Cuidados com a saúde do homem
Uma pesquisa realizada pela revista Saúde e o Instituto Lado a Lado pela Vida em agosto, com 2.405 homens, mostrou que 59% deles não costumam ir ao urologista. Entre os homens acima de 50 anos atendidos pela rede privada ou planos de saúde, 89% disseram já ter feito o PSA e 65% o exame de toque. Entre os atendidos pelo SUS, 45% nunca foram submetidos ao toque retal e 16% não fizeram o exame de PSA.
Para ficar atento
A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino responsável por produzir uma secreção fluida para nutrição e transporte dos espermatozoides. Situa-se logo abaixo da bexiga e à frente do reto, sendo atravessada pela uretra, canal que se estende desde a bexiga até a extremidade do pênis e por onde a urina é eliminada.O diagnóstico do câncer de próstata é feito exclusivamente através da biópsia da próstata.
Para indicar corretamente a biópsia, o urologista precisa levar em consideração vários fatores, dentre eles o toque retal. A finalidade desse exame é detectar qualquer alteração na próstata (endurecimento, nódulos) que possa estar relacionada com a presença do câncer. Apesar de desconfortável, é parte fundamental da avaliação prostática, servindo também para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento, caso o câncer esteja presente. O PSA é o marcador mais utilizado no auxílio ao diagnóstico de câncer de próstata. Isoladamente, o PSA elevado não significa necessariamente que o indivíduo tem câncer de próstata, por isso a necessidade do toque retal.
Novidades no tratamento
"Hoje, existe grande disparidade entre sociedades médicas a respeito do rastreamento para câncer de próstata. Podemos afirmar que existe consenso em recomendar inicio do rastreamento aos 50 anos para homens sem fator de risco e 45 para homens com história familiar. A periodicidade de 1 a 8 anos dependendo avaliação de risco. Além disso, o mais importante é que deve-se avaliar se vale a pena continuar com o rastreamento em pacientes com câncer de próstata acima de 75 anos ou com expectativa de vida menor que 10 anos", relembrou o Dr. Lessandro.
Ele ainda citou o PSA, um exame que consiste na análise da dosagem de uma proteína que basicamente só é produzida na próstata. Assim como, o toque retal onde o especialista apalpa o órgão e verifica a existência de um nódulo na região posterior da glândula.
Desse modo, o diagnóstico final se faz através de biópsia prostática, com retirada de, no mínimo, oito fragmentos e análise histopatológica destes", explicou o urologista.
Já sobre o tratamento, o médico afirmou que pode ser feito de três maneiras: observacional, radioterapia e cirurgia. Atualmente, esses são os mais avançado para casos de cirurgia de pacientes com câncer de próstata.
"Uma das técnicas que tem revolucionado o tratamento da cirurgia de próstata é a Robótica. A Cirurgia Robótica atua para atender pacientes que precisam passar por procedimentos mais delicados, unindo tecnologia e conhecimento médico na busca por desfechos clínicos positivos. É uma grande aliada nos procedimentos cirúrgicos em que os espaços são limitados ou em que é necessário o detalhamento do órgão explorado. Entre os benefícios desta técnica, quando executada por cirurgiões experientes, estão o alto nível de segurança, maior precisão, incisões menores, menor sangramento, diminuição da dor, menor uso de medicações analgésicas, mínima chance de complicações pós-cirúrgicas e uma rápida recuperação do paciente com retorno precoce às atividades cotidianas", destacou o especialista.