Representantes das polícias sugerem medidas para diminuir índice de suicídios entre os profissionais da segurança pública. O assunto foi discutido na quarta-feira (30/10) em audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que reuniu representantes de bombeiros, policiais militares, policiais federais, policiais rodoviários e agentes penitenciários. Entre as propostas, está a adoção de apoio psicológico para esses profissionais.
O representante da Federação Nacional das Entidades dos Oficiais Militares, Coronel Elias Miller, lembra que o efetivo da segurança pública caiu pela metade do que era na década de 80. "A população triplicando, o efetivo policial caindo pela metade e o crime aumentando sensivelmente", lamentou.
Miller alerta que a situação é preocupante, porque o sistema de segurança não garante o devido apoio aos profissionais. "Ele (policial) tem que arcar com tudo isso, sem o devido apoio do sistema na estrutura, nos equipamentos e, acima de tudo, na assistência de saúde, para que ele tenha equilíbrio diante de tanta cobrança social", ressaltou.
O representante da polícia federal, Luis Antônio de Araújo lamentou que o órgão tenha menos de 15 psicólogos para atender toda a corporação. Já o representante da Polícia Militar do Distrito Federal, o tenente-coronel Gisleno Gomes considerou urgente a adoção de protocolos de avaliação e combate aos efeitos do estresse pós-traumático.
Formação exige mais do que dar uma farda, uma arma e jogar na guerra, alerta deputado do Republicanos
O representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Coronel Allan Quint falou sobre providências para manutenção da saúde e prevenção ao suicídio para os agentes de segurança em andamento. "Vamos introduzir uma disciplina de qualidade de vida na formação dos novos integrantes das forças de segurança pública, nos cursos de aperfeiçoamento e também no curso superior, disseminando orientações sobre qualidade de vida, saúde física e mental".
O deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) destacou que um dos papéis da comissão é exatamente fiscalizar a execução dessas políticas públicas. "Nós temos que criar novas políticas para cuidar do nosso policial. Nosso servidor de segurança pública tem sido esquecido. Não é só colocar uma farda e dar uma arma, se são poucas as condições para entrar nessa guerra diária", declarou.
Fonte: Com Agência Câmara de Notícias