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MPF cobra medidas de prevenção caso óleo chegue nas praias do Rio

Prefeituras vão ter que prestar informações, com documentos, sobre as medidas que estão adotando caso ocorra

Por Portal Eu, Rio! em 15/11/2019 às 11:25:21

As prefeituras de Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo e Saquarema vão ter que prestar informações, com documentos, sobre as medidas que estão adotando para uma eventual chegada de óleo nas praias da Região dos Lagos. O pedido foi feito pelo procurador da República Leandro Mitidieri, da Procuradoria da República de São Pedro da Aldeia.

O procurador também solicitou ao Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), do governo do estado, a Marinha do Brasil e ao Ibama informações sobre eventual previsão sobre a chegada à Região dos Lagos do óleo que já poluiu as praias do Nordeste e do Espírito Santo, assim como se há medidas previstas para contenção dos danos.

"Estamos cobrando uma antecipação dos órgãos responsáveis à ameaça do óleo chegar à Região dos Lagos. Não estamos afirmando que o óleo vá chegar, mas querendo confirmar se procede a ameaça de chegada do óleo", explicou o procurador.

Na última semana, o INEA realizou a capacitação de 80 pessoas, entre técnicos da Defesa Civil estadual, do Corpo de Bombeiros e do próprio órgão ambiental, além de militares do Exército para atuação em caso de surgimento de óleo na costa. O GAA é coordenado pela secretária estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro, que na quarta-feira visitou a Praia do Peró, onde foi hasteada a Bandeira Azul – símbolo internacional de qualidade de praias. O procurador federal também participou da cerimônia.

A Praia do Peró, com uma orla de 7,2 quilômetros, é uma das principais preocupações dos ambientalistas caso o óleo chegue à Região dos Lagos. Além de possuir a Bandeira Azul, que exige água do mar sem qualquer resquício de poluição, a Costa do Peró é um berçário de animais marinhos, alguns dos quais até há pouco desconhecidos da ciência. Por este motivo, a costa é escolhida anualmente para sediar o Campeonato Nacional de Fotos Subaquáticas.

Na quinta-feira, uma tartaruga deu na Praia do Peró e foi recolhida pelo CTA, empresa contratada pela Petrobras para monitorar a chegada de animais marinhos na costa do Rio e do Espírito Santo. Na segunda-feira também foi encontrada uma tartaruga morta na Praia do Forte, em Cabo Frio. As duas, que foram levadas para necropsia no Centro de Reabilitação e Despetrolização do CTA, em Araruama, eram adultas e da espécie tartaruga-cabeçuda.

Integrantes do Movimento Amigos do Peró, que defendem a preservação do meio ambiente na Costa do Peró, sugeriram ao MPF que mobilize a Base dos Fuzileiros Navais na Ilha das Flores (São Gonçalo) e a Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia nas ações preventivas. Estas unidades dispõem de grandes efetivos, embarcações e aeronaves para pronto emprego em caso de desastre ambiental. A Diretoria de Hidrografia da Marinha, outra unidade importante de monitoramento, fica na Ponta da Armação, em Niterói.

"O fenômeno da ressurgência é responsável pela diversidade marinha da Costa do Peró e de Arraial do Cabo, onde há uma enorme diversidade de animais marinhos. A chegada do óleo seria um desastre sem precedentes, sem falar no prejuízo econômico para a pesca. Seria uma desgraça", disse Octávio Menezes, um dos biólogos dos Amigos do Peró.

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