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Problemas nas caixas de tração dos trens da Supervia advêm desde 2016

“Usuário precisa de redução na passagem”, sugere deputado Waldeck Carneiro

Por Portal Eu, Rio! em 21/11/2019 às 18:22:27

Foto: ASCOM Waldeck

Nesta quinta-feira (21), na ALERJ, as Comissões da Região Metropolitana, presidida pelo deputado estadual Waldeck Carneiro, e de Transportes, presidida pelo deputado estadual Dionísio Lins, fizeram uma oitiva com relação à retirada de circulação de 40 trens no Rio de Janeiro e quais medidas efetivas serão tomadas para amenizar o impacto junto aos usuários. Participaram o Secretário de Estado de Transportes, Delmo Pinho; o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (AGETRANSP), Murilo Leal; a diretora de planejamento da Supervia, Sônia Antunes; e a Defensora Pública Jaqueline Cardoso.

De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes, até o próximo domingo (24/11), 17 dos 40 trens retirados de circulação pela SuperVia retornarão à frota operacional. Os trens estão passando por processo de manutenção de suas caixas de tração e estarão novamente disponíveis para o transporte de passageiros. Mais seis composições estarão retornando à frota entre os dias 24/11 e 30/11, totalizando 23 trens. Os 40 trens, após passarem por revisões, deverão estar em plena operação até 17 de janeiro de 2020.

“Na semana passada, as composições com problemas passaram de cinco para 40 e tiveram de ser retiradas de operação. Isso não foi possível detectar com a fiscalização técnica da Agetransp realizada diariamente nas oficinas da Supervia. Os usuários precisam ter uma compensação, uma redução na passagem de R$ 4,60, tendo em vista que o serviço tem sido feito de forma limitada”, sugeriu Waldeck Carneiro, presidente da Comissão da Região Metropolitana da ALERJ, destacando que a Secretaria de Estado de Transportes não apresentou nenhum plano de emergência aos usuários, orientando-os no sentido de utilizar outros ramais e colocando ônibus de prontidão para a mobilidade da população. “A comunicação ao público pela Supervia também foi tardia - no domingo ao final da tarde -, já que sabiam da retirada dos 40 trens desde sábado”, declarou.

Esta questão das caixas de tração dos trens advém desde 2016, em menor escala. De acordo com o Secretário de Estado de Transportes, Delmo Pinho, as 70 composições da licitação pública realizada em 2011, por meio de financiamento do Banco Mundial, terão suas caixas de tração alemãs, que apresentaram os problemas, trocadas num prazo de um ano. “Essa engrenagem transmite rotação do eixo do motor para as rodas e foi fabricada pela empresa Voith. Estes trens ainda se encontram em período de garantia”, afirmou o secretário.

Sônia Antunes, diretora de planejamento da Supervia, lembrou que os ramais não foram fechados mesmo na crise. "Fizemos uma alteração operacional para garantir a continuidade da prestação do serviço. Alguns intervalos entre os trens foram reajustados: os ramais Japeri e Santa Cruz e o trecho entre Gramacho e Saracuruna. Além disso, algumas viagens do ramal Deodoro foram realizadas em trens com quatro carros, e não com oito carros", revelou.

“Queremos chegar num denominador comum para uma compensação ao usuário, pois o dano já está sendo causado. Amanhã (22) teremos reunião com a Supervia para tentar viabilizar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Os 40 trens retirados de circulação representam 20% da frota total. Em caso de não acordo pode ser ajuizada uma ação coletiva”, disse a defensora Jaqueline Cardoso.

Histórico

O Governo do Estado adquiriu – por meio de financiamento do Banco Mundial - cem trens chineses por meio licitações públicas internacionais, realizadas em 2009 (30 trens) e 2011 (70 trens). As referidas composições, compradas em dois lotes, foram entregues à SuperVia e entraram em operação entre 2012 e 2016.

No segundo semestre de 2016, algumas composições do segundo lote começaram a apresentar falhas nas caixas de engrenagem. Posteriormente, esse quantitativo aumentou e, como medida corretiva, as empresas fornecedoras (CRRC e Voith) promoveram um recall da peça. No entanto, em vistorias realizadas recentemente, novas falhas foram identificadas. Em função dessa situação, a SuperVia retirou, na última segunda-feira (18/11), os 40 trens de circulação.


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