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Escola de Balé da Comunidade apresenta o espetáculo "Futuro da América"

As coreografias são assinadas por Maria Gabriela Aguilar, Samara Mello, Marcia Freire, Paulo Rodrigues e Eduardo Masquette

Por Jonas Feliciano em 05/12/2019 às 18:01:02

Imagem: Divulgação

Na próxima segunda-feira (9), a tradicional Escola de Balé da Comunidade"Dançando Para Não Dançar" apresenta, às 19h, no Teatro Rival Petrobras, seu novo espetáculo "Futuro da América". No repertório da apresentação, em comemoração aos 25 anos do grupo, estão seis músicas de Chico César, uma de Chico Buarque e Gilberto Gil.

As coreografias são assinadas por Maria Gabriela Aguilar, Samara Mello, Marcia Freire, Paulo Rodrigues e Eduardo Masquette. Também está previsto o clássico Pas de Deux, do ballet Quebra Nozes, com o solista do Theatro Municipal Carlos Cabral e a bailarina Samara Mello, hoje, solista em Berlim, formada pelo Dançando. Além da sede, no Centro do Rio, o projeto, que formou profissionais como Ingrid Silva, primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem, atualmente possui cerca de 150 alunos,atuaem oito comunidades das zonas Norte e Sul do Rio (Rocinha, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, Mangueira, Chapéu-Mangueira, Babilônia, Borel e São Carlos).

"É um momento de celebrar todos os alunos que foram e estão sendo encaminhados pelo projeto, de todas as formas possíveis, seja indo para fora do Brasil, oupermanecendo aqui e inspirando os outros alunos, como professores ou se formando e caminhando em outra profissão", comentou Thereza Aguilar.

Thereza é a coordenadora do Dançando Para Não Dançar, criado no Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo, em 1994.

"A ideia veio pela necessidade de mudar algo através da arte, que sempre foi inacessível para esse público. Diariamente, meus alunos enfrentam problemas como ter que faltar aula porque está tendo operação, tiroteio. E, ao chegar na sala de aula, também demora para esquecer do que está acontecendo lá fora, sendo que muitas têm parentes e amigos dela lá fora sujeitos a ganhar uma bala perdida. Nossa filosofia é fazer com que, apesar dessa realidade, essas crianças tenham sonhos e se sintam prontas para realizá-los", explicou a professora, que nunca "perdeu" nenhum aluno para o tráfico.

Além de batalhar para manter suas crianças frequentado as unidades de dança espalhadas pelas comunidades cariocas, Thereza ainda enfrenta resistências das famílias para verem a dança como uma atividade possível e com potencial de crescimento para crianças e jovens do sexo masculino.

"Para a menino sempre tem resistência, mas para a menina, não. Todas elas querem fazer balé, ficam me procurando. Tenho pouquíssimos meninos matriculados, a resistência é imensa, é muito conservadorismo. O Rômulo Mello tinha deixado o grupo para ser auxiliar de pedreiro. E hoje, ele está voltando para o Dançando porque viu que aquele caminho não era o dele. Exemplos deste trabalho bem feito de revelar talentos não faltam. Há ex-integrantes do projeto que hoje atuam em companhias importantes pelo mundo e fizeram da dança profissão. "Nós normalmente não contratamos professoras. O que temos são ex-alunas que retornam ao Brasil e voltam pra dar aula aqui", comentou.

Cale ressaltar que o projeto Dançando Para Não Dançar é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS e ainda conta com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Vídeo Filme, Casa do Biscoito e do curso de inglês Brasas.

A apresentação única acontece no Teatro Rival Petrobras, na Rua Álvaro Alvim, N° 33/37, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. A abertura da casa é às 18h e a entrada vai ser 1kg de alimento não perecível.

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