No próximo sábado (7), o projeto "Coletivona" vai celebrar o seu primeiro ano de existência. Idealizado pela atriz Natasha Corbelino para ser um lugar de convivência do trabalho de mulheres de múltiplas áreas de atuação e geografias, ele foi criado para mulheres que praticam seus trabalhos em áreas diversas, como artes cênicas, cinema, jornalismo, psicanálise, saúde, educação, entre outras.
A iniciativa matou de algumas perguntas: "como as mulheres podem inaugurar novos (re)conhecimentos a partir dos saberes que compartilham em casa, na rua, nas redes sociais, no mundo?"; "como conectar as produções de modos de se estar na vida?" e "o que é o foco que importa dar-a-ver no corpo da cidade hoje?".
Desde dezembro de 2018, os encontros começaram e continuaram entendendo a Maré como um chão de fertilidade e fortaleza que impulsiona boas ações.
"Ter o Museu da Maré como parceria é um privilégio neste percurso. Nele pudemos, ao longo de 2019, presenciar a riqueza mareense como força motriz da cidade onde moramos. A cada encontro e na manutenção da conversa real com as mulheres da Maré, principalmente com a produção intelectual brilhante da jornalista Gizele Martins, a criação de laços profissionais e afetivos se potencializou, expandindo o deslocamento que acreditamos que a população asfaltada, principalmente da zona sul branca, precisa fazer entrar na sua rotina", analisou Natasha.
A chegada do "Coletivona" proporcionou à comunidade a apresentação de espetáculos de teatro, dança, demonstrações de processos de criação artística, trocas sobre alimentação, clima, ancestralidade e educação pública comunitária. Também foram iniciados estudos para uma horta e o investimento em pesquisa prática para instaurar no Museu da Maré uma visita guiada performativa, com os textos sobre a Memória Mareense escritos por Gizele Martins, jornalista responsável pelo "O Cidadão", um jornal comunitário que circula há décadas no Conjunto de Favelas da região. A jornalista terá seu livro lançado dentro da programação.
"Chegamos em dezembro com a certeza de celebrar nosso primeiro ano de convívio, continuidade e constituição. Até aqui, nos atravessaram experiências advindas de todos esses programas mensais. Estamos em processo, e assim desejamos permanecer. Não podemos parar este movimento", afirmou a idealizadora.
Ela ainda falou um pouco mais sobre os objetivos e a constituição do projeto.
"A cada encontro, colocamos na roda a afirmação de (re)conhecer e se conectar com a outra levando consigo a pergunta: quais são as frestas, capitaneadas por mulheres, para responder nas nossas práticas diárias o que e como é a constituição de um projeto no Brasil 2019/2020? O que e como é um projeto no Rio de Janeiro governado por uma política de extermínio da população negra favelada?", provocou Natasha.
Vale destacar que no evento serão exibidas sessões de curtas e longas-metragem. Além disso, haverá o lançamento e a venda de obras literárias. A celebração scontece das 14h às 19h, no Museu da Maré, na Avenida Guilherme Maxwell, N°26. A entrada é franca.