O adolescente Breno Mariano da Silva Souza, de 13 anos, morador do bairro Antonina, no município de São Gonçalo, sempre gostou de soltar pipa e brincar com os amigos da vizinhança, além de ir à escola. No momento, está sem fazer isso. No Dia das Mães, ele foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e iniciou o tratamento no Hospital Federal da Lagoa, na cidade do Rio de Janeiro, para onde foi encaminhado. Porém, no dia 20 de junho, soube que a unidade não tinha mais a medicação Oncaspar, necessária para fazer a quimioterapia. Sem dinheiro e a quem recorrer, a família dele criou uma "vaquinha online" para arrecadar a quantia e continuar o tratamento.
"O meu filho fez em maio a primeira quimio e faltam duas ainda. Mas o hospital não tem o medicamento. Eu e outras mães estamos procurando uma forma para consegui-lo. Pesquisamos e encontramos o remédio em um laboratório de São Paulo, custa R$7.700 a dose e ele precisa de três", disse a mãe, Tatiane Fernanda, que criou a vaquinha.
A meta é arrecadar R$ 23.100 e pela internet já foram arrecadados até o momento R$ 1.630, além de R$ 3.650 depositados em uma conta da família. Porém, 7% do valor da "vaquinha online" terão que ser repassados ao site. Tatiane espera conseguir a quantia necessária até agosto, quando está marcada a nova sessão de quimioterapia com o remédio.
Segundo a mãe, os sintomas começaram logo após o Carnaval. "Sempre foi um menino muito ativo. Aí, a partir daquela época começou a demonstrar muito cansaço nas pernas e não aguentava ficar de pé. Eu achei no início que era preguiça. Então, logo apareceram umas pequenas glândulas no pescoço e na cabeça. No inicio de maio teve febre alta e o levei ao Hospital Municipal Getulinho, em Niterói. Lá, ele foi diagnosticado com a doença e transferido para o Hospital Federal da Lagoa", contou Tatiane.
No dia 20 de junho, a família foi informada pelos médicos da unidade que esta há dois meses não tinha mais o Oncaspar, que era fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que não havia previsão de quando seria feita nova encomenda do remédio. "Não restou outra saída senão tentar arrecadar dinheiro para comprar a medicação. Os próprios médicos do hospital indicaram o site a mim e as outras mães na mesma situação", relatou Tatiane.
Breno faz ainda quimioterapia com o remédio Ara C, de terça a sexta-feira, no mesmo hospital. Faz uma dieta que o obriga a comer apenas alimentos cozidos, inclusive frutas, e em pequena quantidade. Doces e biscoitos, também bem poucos. Devido ao tratamento, foi suspenso da escola este ano, onde cursa o 7º ano. Recentemente foi liberado pelos médicos para soltar pipa. Mas, a mãe tem medo e não deixa. "São coisas simples que ele sente falta de fazer. Infelizmente ele ainda tem algumas restrições. A imunidade dele está baixa. Quando sai à rua é com luvas e máscara, para não pegar nenhuma bactéria. No final de junho ainda pegou fungo de rato no quintal de casa e ficou vinte dias internado, só tendo alta agora. Passa o dia vendo vídeo no celular dele", contou a mãe, acrescentando que Breno é um adolescente ativo e forte.
A "vaquinha online" foi criada no site: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/lutando-contra-a-leucemia-breno A doação pode ser feita ainda através de depósito na conta da família: Rafael Costa dos Santos- Conta: 01004031-8/ Ag: 1506/ Banco Santander/CPF: 100239937-82.
A doença - Tipo de câncer mais comum durante a infância, a leucemia linfoide aguda (LLA) não é uma doença hereditária e suas causas ainda não são conhecidas. A notícia boa é que, hoje, 90% das crianças em tratamento chegam à cura, segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.
Ela acontece quando as células-tronco, responsáveis por dar origem aos componentes do sangue (glóbulos brancos, que combatem as infecções; glóbulos vermelhos, que fazem oxigenação do organismo; e plaquetas, que impedem as hemorragias), sofrem alterações.
Por ser uma leucemia aguda, células ainda muito jovens, também chamadas de imaturas, param de funcionar corretamente e começam a se reproduzir de maneira descontrolada. A LLA afeta a maior parte das células em formação, e por isso a produção de todas as células sanguíneas fica comprometida. Sua evolução é bastante rápida, tornando fundamental que o tratamento se inicie o quanto antes.
Embora a maior parte dos casos aconteça em crianças, adultos também podem ser diagnosticados com a doença, e cerca de 50% dos que realizam o tratamento entram em remissão completa da doença