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Maia descarta aprovação de nova CPMF na Câmara

Não há espaço para cobrança sobre transações digitais, que na prática incide sobre movimentações financeiras indistintamente, punindo os mais pobres com maior rigor

Por Portal Eu, Rio! em 23/12/2019 às 07:51:40

Não posso ter ficado contra a CPMF no governo do PT, e o governo no qual a agenda econômica é mais convergente com a que eu penso , defender a CPMF; seria uma incoerência, disse Rodrigo Maia após caf

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quinta-feira (19/12) que não há espaço para aprovação de um novo imposto sobre movimentação financeira. Na quarta-feira (18/12), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo analisa a possibilidade de tributar transações digitais, o que poderia incluir transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos, por exemplo. Segundo o presidente, trata-se de uma nova CPMF com outro nome e esse tipo de imposto atinge o cidadão mais simples.

“Esse é um imposto regressivo que atinge mais os cidadãos simples. A justificativa que é para evitar sonegação não é verdadeira. As transações serão cada vez mais digitais e cada vez mais se dificulta a sonegação, independente de uma nova tributação. E essa tributação exporta imposto e gera menos competitividade para o setor produtivo brasileiro”, ponderou o presidente.“Não posso ter ficado contra a CPMF no governo do PT, e o governo no qual a agenda economia é mais convergente com a que eu penso , defender a CPMF; seria uma incoerência”, disse. Maia concedeu entrevista coletiva após café da manhã com jornalistas que cobrem o Congresso para um balanço de final de ano.

Fundo eleitoral
Em relação às declarações do presidente Jair Bolsonaro de vetar o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões, Maia afirmou que é direito do presidente de vetar e do Congresso de derrubar ou manter o veto. Ele ponderou que o Parlamento aprovou o valor do aumento do fundo proposto pelo Executivo. “O que parece é que ele está olhando uma parte da sociedade que tem críticas ao fundo eleitoral. Agora, imagina se o parlamento começa a falar para uma parte da sociedade: vamos fazer uma política de salário mínimo, com 5% de aumento real, vamos ser aplaudidos por grande parte, mas vamos obrigar o presidente a vetar porque não tem amparo no Orçamento público”, disse Maia.

Maia destacou que o financiamento público eleitoral ainda é um tema muito sensível na sociedade, mas ressaltou que a obrigação do Parlamento é construir uma narrativa que mostre a importância de financiar a democracia e aprimorar o modelo de financiamento. “Uma parte do financiamento público pode tirar a pressão do setor privado dentro da política, agora a gente precisa estar sempre pensando qual o melhor modelo, se a retomar a pessoa jurídica com limitações, com limitação da pessoa física”, exemplificou.

Questionado pela imprensa se as investigações que envolvem o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, podem prejudicar a articulação do governo no parlamento, Maia disse que não influencia nas relações entre os Poderes. “Isso não influencia a relação do Parlamento com o Executivo nem o Parlamento utilizaria disso para pressionar o poder Executivo, de forma nenhuma, o Flávio tem uma boa relação com a Câmara, e um bom diálogo. Confiamos no bom trabalho dele na articulação”, destacou Rodrigo Maia.

Fonte: Com Agência Câmara de Notícias

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