Um dos processos que tramitou na Justiça contra o suspeito apontado pela polícia como participante do ataque à produtora do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise, revela que havia um suposto plano para assassinar o então secretário municipal de Ordem Pública do Rio Aleksander Vieira da Costa, em 2013. Não mencionou, porém, se o acusado estaria envolvido nesta trama.
Os autos trazem detalhes, no entanto, sobre a agressão e ameaças sofridas pelo ex-secretário do qual Eduardo é acusado.
De acordo com informações da sentença, no dia 05/11/2013, na esquina da Avenida Venezuela e Rua Souza e Silva, no Centro do Rio, o réu na qualidade de representante da Associação dos Guardadores Autônomos de Veículos São Miguel supostamente exercia ilegalmente atividade econômica consistente em estacionamento rotativo sem possuir o correspondente Alvará de Funcionamento.
Visando cumprir operação de interdição coercitiva do estacionamento, foi acionada a Secretaria de Ordem Pública, que, por seus agentes, compareceu ao local naquela data e ali realizou a diligência.
Inconformado, o denunciado agrediu com um soco o então titular da pasta, Aleksander Vieira da Costa, que acompanhava a operação.
No dia seguintes aos fatos, em 06/11/2013, quando agentes da SEOP interditavam outro estacionamento irregular, desta feita situado na Rua Sacadura Cabral, eis que desrespeitando sucessivos autos de infração lavrados pela Coordenação de Licenciamento e Fiscalização da Secretaria Municipal de Fazenda no bojo do procedimento administrativo nº 04/155594/2009, o suspeito passou a desacatar e ameaçar o então secretário, dizendo em voz alta, na presença de várias testemunhas 'seu verme, você rasteja, você representa os interesses das grandes corporações, você é viado, você não tem culhão, eu não te dou porrada por trás, eu dou na sua cara, na sua frente', prosseguindo: 'se depender de mim, você vai apanhar de novo' 'a justiça vai ser feita de qualquer maneira'.
Algumas destas declarações foram por ele repetidas a veículos de comunicação que acompanhavam o ato. Não bastando os crimes antes descritos, o denunciado ainda se aproximou sorrateiramente da vítima, então acompanhada por duas testemunhas e lhe disse veladamente: 'seu verme, se você não der um jeito de acabar com todos esses processos que estão na polícia, eu vou te dar porrada até você não aguentar mais', pretendendo, assim, que o então secretário renunciasse ao direito de representação pela agressão que sofreu, bem como sugerindo que usasse de espúria influência para encerrar as demais investigações deflagradas a partir de seu comportamento criminoso, adotado na véspera.
Aleksander, na época, contou que foi abordado para dar uma entrevista. Quando falava com o jornalista, foi surpreendido por um tapa ou um soco; que caiu no chão e levantou meio tonto; que enxergava uma faixa preta em um dos olhos; que achou que tivesse escorrendo sangue ou perdendo a visão; que tentou voltar a dar a entrevista mas não conseguiu; que foi levado para o hospital e fez uma série de exames; que ficou com um hematoma na cabeça.
No dia seguinte, segundo ele, durante uma nova ação de fiscalização, o suspeito surgiu do nada e apertou sua mão rapidamente, começou a xingá-lo, sua família, o prefeito, e sua função.
Eduardo foi condenado a quatro anos de prisão pelo crime de ameaça em sentença proferida em fevereiro deste ano. A Justiça fixou o regime fechado para o cumprimento da pena