O Dia da Mulher Negra no Brasil é inspirado no Dia da Mulher Afro Latino-americana e Caribenha, criado em 1992, como símbolo internacional da resistência das mulheres negras contra o sexismo, o racismo, o feminicídio e a discriminação social . Outro marco é a lei aprovada em 2014 que instituiu 25 de julho como o Dia Nacional de Teresa de Benguela - líder quilombola que resistiu à escravidão e tornou-se referência de determinação e força pela liberdade. Considerada uma heroína, Rainha Teresa, como ficou conhecida, chefiou os aspectos administrativos e políticos de seu quilombo por duas décadas, no estado do Mato Grosso, durante o século XVIII.
Como todos os anos, várias celebrações ocorrem com o objetivo de exaltar a história, a identidade e o valor da negritude feminina. Porém esse período é igualmente utilizado para debater pautas essenciais e confrontar várias questões ligadas às condições de vida, como por exemplo, o aumento em 54% dos assassinatos de mulheres negras no Brasil, nos últimos 10 anos, segundo o Mapa da Violência do governo federal, de 2016. Outro exemplo é o fato de somente 10% das mulheres pretas ou pardas completarem o Ensino Superior, dado esse revelado por uma pesquisa de Estatísticas de Gênero, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no início deste ano. Para além das comemorações, a data também é um instrumento de luta e denúncia às adversidades enfrentadas.
Resistência, homenagens e diversão
Atividades gratuitas ou com entrada solidária são destaque até o fim desta semana. Entre alguns dos eventos, o Fórum de Mulheres Negras de São Gonçalo organizou uma programação bem variada com palestras, oficinas de turbantes e tranças, apresentações culturais de capoeira, dança, desfile de moda afro, cinema e gastronomia. Haverá também uma comemoração no Dida Bar e Restaurante, homenageando a trajetória de mulheres do cenário político, social e cultural da cidade como a antropóloga, Fátima Lima, a ativista da ONU Mulheres Brasil, Kenia Maria, a empresária, Suzi Clementino e in memoriam, Marielle Franco, vereadora carioca morta em março deste ano. Outro evento importante é a cerimônia de entrega da medalha Myrthes Campos a algumas homenageadas. A solenidade será realizada pelo Grupo de Trabalho de Mulheres Negras da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ). O evento será aberto pela presidente da OAB Mulher, Marisa Gaudio, e conta com a mediação da coordenadora do GT Mulheres Negras da OAB Mulher, Marina Marçal. Para finalizar, dia 29, terá a IV Marcha das Mulheres Negras, às 10h com concentração no Posto 4, na Praia de Copacabana e às 14h, Samba da Serrinha em homenagem às mulheres negras, no Jongo da Serrinha.
Confira abaixo alguns dos eventos de destaque no Rio de Janeiro:
Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana
Data: 25 de Julho
Local: Tamoio Futebol Clube
End: Av. Pres, Kennedy, 101 - Zé Garoto/São Gonçalo
Horário: 9h
Entrada: 1Kg de alimento não perecível
Data: 25 de Julho
Local:OAB/RJ
End: Av. Marechal Câmara, 150, 9º andar - Centro
Horário: 17h30
Entrada: Franca
Informações: (21) 2730-6525
Dia de Teresa de Benguela
Data: 25 de Julho
Local:Lona Cultural Municipal Terra
End: Av. Marcos de Macedo, s/n - Guadalupe
Horário: 18h
Entrada: Franca
Data: 25 de Julho
Local: UERJ
End: Rua São Francisco Xavier, 524 - Maracanã
Horário: 18h30
Entrada: Franca
Data: 25 de Julho
Local: Dida Bar e Restaurante
End: Rua Barão de Iguatemi, 408 - Praça da Bandeira
Horário: 19h
Entrada: Franca
Slam Chicas da Silva
Data: 28 de Julho
End: Praça Barão de Drumond, s/n - Vila Isabel
Horário: 18h
Entrada: Franca (Para competição limite de 15 vagas - inscrições até às 19h)
IV Marcha das Mulheres Negras
Data: 29 de Julho
Local: Praia de Copacabana
End: Av. Atlântica - Posto 4
Horário: 10h
Entrada: Franca
Samba na Serrinha
Data: 29 de Julho
Local: Jongo da Serrinha
End: Rua Compositor Silas de Oliveira 101, Madureira
Horário: 14h
Entrada: Franca