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Dono de bar na Pedra do Sal afirma que foi agredido por ativistas

MC Andréa Bak, do grupo Slam das Minas havia denunciado que o coletivo foi agredido por seguranças do local

Por Anderson Madeira em 15/01/2020 às 11:43:59

Foto: Divulgação

Depois da poetisa e MC Andréa Bak, do coletivo artístico Slam das Minas ter denunciado no último domingo (12), que ela e mais quatro jovens do grupo foram agredidos por seguranças de um bar no bairro carioca na Saúde, perto da Pedra do Sal, na madrugada de sábado, com socos, pontapés e até golpes de barra de ferro e tacos de baisebol, além de linchamento por parte de frequentadores do bar, agora, a filha do dono do bar, Amanda Coelho, divulgou em uma rede social a sua versão dos fatos. De acordo com ela, o seu pai foi agredido covardemente pelos jovens que se dizem "vítimas".

"Venho por meio deste post, na qualidade de filha do Dono (...) e também como parte integrante da equipe técnica, dar a verdadeira versão do lamentável fato ocorrido na madrugada de sexta feira para Sábado. Preliminarmente cumpre esclarecer que ocorria um EVENTO PARTICULAR (...). Os organizadores e produtores deste evento entregaram uma lista de convidados, e somente estes poderiam entrar e permanecer no Bar.

Com efeito, as 03h:30min uma mulher que agora sabemos se chamar ANDREA BAK na Cia. de mais 04 (quatro) pessoas queriam usar o banheiro. O funcionário que estava na portaria e controlava a entrada dos convidados, explicou a ANDREA BAK que não seria possível, haja vista ser um evento particular, e que a partir das 04h:00min o evento terminaria, e o Banheiro estaria franqueado aos frequentadores da Pedra do Sal

ANDREA BAK então visivelmente alterada gritou: "NãO POSSO ENTRAR PQ O BANHEIRO É SO PARA GENTE BRANCA"

O Grupo (...) EMPURROU o funcionário da portaria e mesmo sem autorização INVADIRAM o evento e foram ao banheiro. A Organização do Evento, ao ver o grupo disse que não seriam convidados e solicitou ao meu Pai que ao os mesmos se retirassem do local. Já do lado de fora meu Pai explicou que a negativa de acesso ao banheiro não seria em virtude da cor de ANDREA BAK, mas sim pelo fato de ser um vento particular e que foi muita falta de educação ANDREA BAK invadir o local.

Neste momento, ANDREA BAK, sem nenhum motivo desferiu dois socos no meu Pai, e o grupo que a acompanhava (...) TB passou agredir meu Pai com chutes socos e pontapés. Um Funcionário do Bar tentou proteger meu Pai, mas o Grupo de ANDREA BAK tb o agrediu.

Os frequentadores da PEDRA DO SAL ao presenciarem a COVARDIA que o grupo (...) promovia foram defender meu Pai e a briga se tornou generalizada. A covardia de ANDREA BAK não terminou por aí, ela ainda convocou a imprensa para difamar e caluniar meu pai dizendo que foi vítima de racismo. CUMPRE ESCLARECER QUE MEU PAI É CASADO COM UMA NEGRA.

Meu Pai sempre ajudou a promover Eventos de RAP e de REGGAE tratando todos com urbanidade, independente de cor, raça, religião, sexualidade.. não importa para nós..

Sempre respeitamos e sempre vamos respeitar!

Então venho deixar claro aqui que NÃO EXISTE RACISTA AQUI E O QUE FOI ALEGADO É UMA MENTIRA ABSURDA! SOMOS TODOS A FAVOR DA JUSTIÇA, QUEREMOS JUSTIÇA ! Por fim esclarecemos que as medidas judiciais de natureza cível e criminal já estão sendo adotadas e ANDREA BAK nos próximos dias será notificada a se retratar sob pena de responder criminalmente por DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA", disse Amanda no post.

Segundo relato de Andréa Bak em sua página em uma rede social, o grupo foi vítima de espancamento no bar, após ter sido impedido de usar o banheiro social do estabelecimento e tratados com agressividade pelo dono do bar, tentaram se defender. O proprietário teria chamado os seguranças e um deles chegou até ela gritando e a agrediu com um soco no rosto quando a poetisa pediu-lhe que abaixasse o tom de voz.

De acordo ainda com Andréa, uma amiga dela postou um vídeo em sua página no Facebook em que denuncia as agressões e pede compartilhamento. Os jovens agredidos passaram o domingo no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio e depois de medicados, tiveram alta e registraram as agressões na 4ª DP (Praça da República). Fotos dos ferimentos também foram divulgadas pela rede social. "Foi uma agressão gratuita ao nosso grupo e só queremos justiça e que eles não façam isso com mais ninguém", disse a ativista em sua página em uma rede social

Segundo ainda Bak, esse não é o primeiro relato de agressões por parte de funcionários do bar. "Já há relatos de que agrediram mulheres nesse bar. Eles não podem sair impunes disso. Estamos todos lesionados fisicamente e com o psicológico destruído", conta.

Usando a página do coletivo Slam de Minas (competição que poetas leem ou recitam um trabalho original) uma das vítimas postou o acontecimento. "(...) A agressão foi após um ato de racismo no qual fomos impedidos de usar o mesmo banheiro que frequentadores brancos. (...) A confusão atraiu linchadores que nos bateram enquanto pedíamos socorro. Foi uma agressão gratuita ao nosso grupo e só queremos justiça (...)".

Na postagem em que denuncia a agressão, internautas questionaram a denúncia do grupo. "Ela invadiu um lugar particular onde estava tendo uma festa privada, onde a aniversariante era negra, por acaso. Quando informada que não poderia usar o banheiro por isso, empurrou o segurança que estava na porta, com a lista de convidados, e alterada de álcool, começou a gritar porque era negra e entrou à força em um lugar privado. Quando o dono do bar foi falar com ela, ela deu dois socos nele, além de invadir, agrediu e está apagando os comentários de quem fala a verdade", disse uma internauta, cujo apelido é Bethaniasl. Outro internauta, Mozart Eduardo, concordou com ela: "Há mais de oito anos frequento o bar. Lá é um ambiente familiar onde o dono do bar e sua família estão sempre ali. Inclusive no local existe encontro de reggae e tambo de crioula. O bar existe há muito tempo e nunca houve esse tipo de acontecimento. Por esse motivo, o bar fica fechado e exclusivo para os que alugam. Nem quem é cliente há anos pode entrar. Agora, engraçado que você só contou a sua versão e esqueceu de contar como os seus amigos deixaram o rosto do dono do bar. Vocês sempre que podem se apoderam de uma causa para se vitimizar", declarou Mozart.

Segundo o advogado Albino Pereira, que representa o dono do estabelecimento, Alexandre Coelho, o comerciante prestou depoimento e fez exame de corpo de delito na 4ª DP. Esta quinta-feira irá depor na Delegacia de Crimes Raciais e Crimes de Intolerância (Decradi), onde prestou depoimento.

De acordo com ele, as câmeras da rua não filmaram a agressão e o sistema do bar há muito tempo está inoperante nem filma mais.

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