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Roberto Alvim afirma que não sabia da origem do seu discurso nazista

Em post, o ex-secretário disse que acolheu ideias de assessores

Por Jonas Feliciano em 17/01/2020 às 14:46:09

Imagem: Reprodução do Twitter

Nesta sexta-feira (17), depois da grande repercussão negativa envolvendo o secretário de cultura, Roberto Alvim, em nota, o Congresso confirmou a demissão do representante de Jair Bolsonaro na pasta. Assinado pelo próprio presidente, o texto comunicou o desligamento e afirmou que o pronunciamento foi infeliz, ainda que ele tenha se desculpado. Para Bolsonaro, o discurso de Alvim tornou insustentável a sua permanência no governo.

Imagem: Reprodução do Twitter

A nota também reiterou o epúdio da atual presidência às ideologias totalitárias e genocidas, assim como qualquer tipo de ilação a essas ideias. Bolsonaro também manifestou, por meio do comunicado oficial, o seu "total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum".

A decisão de Bolsonaro chamou a atenção de alguns dos seus admiradores.


Imagem: Reprodução do Twitter

Vale relembrar que a polêmica envolvendo Roberto Alvim começou por causa de um vídeo publicado na noite da última quinta-feira (16). Nas imagens, o secretário apresentou um discurso que foi comparado às ideologias de Joseph Goebbels, o famoso ministro da comunicação de Adolf Hitler. Além disso, muita gente encontrou referências ao regime nazista na peça públicitária do governo.

As palavras de Alvim não agradaram a grande maioria dos brasileiros. Nomes como o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Maia, criticou o secretário. Davi Alcolumbre, judeu e presidente do Senado, também exigiu uma posição da equipe presidencial. Até o guru e filósofo Olavo de Carvalho reprovou a postura de um dos seus discípulos.

Imagem: Reprodução do Twitter

Imagem: Reprodução do Twitter

Diante da pressão, a decisão não demorou para chegar aos brasileiros. Porén, antes do anúncio, Alvim já havia publicado pelo seu Facebook um esclarecimento sobre a polêmica. Ele disse que não sabia sobre a origem do que estava escrito.

"Caros, ontem lançamos o maior projeto cultural do governo federal. Mas no meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista. Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela. O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores. Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito", escreveu.

Roberto Alvim ainda afirmou que repudiava o regime alemão e que não tinha simpatia com os assassinos alemães.

"Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista. Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos... Peço perdão à comunidade judaica, pela qual tenho profundo respeito. Do fundo do coração: perdão pelo meu erro involuntário. Mas, tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo a disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo .Dei minha vida por esse projeto de governo, e prossigo leal ao Presidente, e disposto a ajudá-lo no futuro na dignificação da Arte e da Cultura brasileiras", concluiu o post.

Em uma publicação anterior, o ex-secretário havia culpado a esquerda brasileira pela má interpretação.

"UM BREVE ESCLARECIMENTO SOBRE MEU DISCURSO: o que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota com uma coincidência retórica em UMA frase sobre nacionalismo em arte, estão tentando desacreditar todo o PRÊMIO NACIONAL DAS ARTES, que vai redefinir a Cultura brasileira... é típico dessa corja. repito: foi apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica. eu não citei ninguém. e o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro. não há nada de errado com a frase. todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles... não o citei e JAMAIS o faria. foi, como eu disse, uma coincidência retórica. mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver
na Arte nacional", prometeu Alvim.

Afinal, quem é Joseph Goebbels?

Imagem: Reprodução do Twitter

O ministro da comunicação de Hitler, Joseph Goebbels, é um alemão que contribuiu para o crescimento do nazismo. Sempre ligado ao radicalismo, desde cedo, publicava textos independentes e bastante questionados. Em 1924, entrou para o partido Nazista e participou da campanha do Führer.

A inteligência e a capacidade comunicativa de Goebbels o levaram ao cargo de ministro da propaganda. Ele assumiu essa função no ano de 1933. Na época, idealizou uma campanha que promoveu a queima de livros considerados subversivos e contrários ao nazismo.

O ministro Goebbels também supervisionava a imprensa e mantinha controle sob os bens culturais que eram importados à Alemanha. Ele não só atacou as obras literárias como passou a censurar obras cinematográficas. Produções estrangeiras foram banidas e filmes americanos copiados pela linguagem aprovada por Goebbels.

A fidelidade, influência e amizade entre ele e Hitler eram tão grandes que, após a morte do ditador, Goebbels e sua esposa enveneraram os seis filhos e cometeram suicídio.


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