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Djamila Ribeiro, Gaby Amarantos e Thierra Whack estão confirmadas no festival GRLS!

O festival acontece em março na cidade de São Paulo

Por Jonas Feliciano em 17/01/2020 às 16:16:35

Imagem: Divulgação

A filósofa, feminista, escritora e acadêmica brasileira, Djamila Ribeiro é mais um nome confirmado para o espaço Talks. A cantora americana Thierra Wack e a paraense Gaby Amarantos também são atrações anunciadas pelo evento que acontece nos dias 7 e 8 de março, no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo.

Djamila é um dos nomes mais fortes da atualidade e possui uma forte presença no mundo digital, pois acredita que é importante a apropriação da internet como uma ferramenta na militância das mulheres negras.

Imagem: Rafael Pavarotti

"A mídia hegemônica nos invisibiliza [as mulheres negras]. E na internet a gente encontrou um espaço pra existir", pontuou a filósofa.

Como escritora, escreveu "Lugar de Fala" (Pólen Livros), "Quem tem medo do Feminismo Negro?" e "Pequeno Manual Antirracista" (Companhia das Letras). Pertence a Djamilla, o prefácio da edição brasileira de "Mulheres, Classe e Raça", de Angela Davis. Atualmente, ela também escreve uma coluna para o jornal 'Folha de S.Paulo' e coordena a Coleção Feminismos Plurais, com livros que abordam temas como lugar de fala, empoderamento e racismo estrutural.

No ano passado, a BBC a elegeu como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo e Djamila foi contemplada com o Prince Claus Awards 2019, promovido pelo fundo holandês Prince Claus. Criado em 1996, o prêmio internacional contempla indivíduos e organizações que inovaram nas áreas da cultura e do desenvolvimento. Já fez palestras na ONU, Harvard e em Oxford e sua presença inspira e reforça a importância de ler mulheres negras.

Quem já foi onfirmada pelo festival GRLS! é a escritora Conceição Evaristo, autora premiada de diversas obras e ícone da literatura contemporânea, reconhecida por dar voz às mulheres negras e da periferia.

O espaço Talks será um espaço dedicado a palestras, oficinas e de muita conversa e com a intenção de fazer com que as discussões geradas dentro de GRLS! se amplifiquem para outros espaços e outros grupos de pessoas. A produtora cultural Isis Vergílio e a jornalista Renata Simões serão responsáveis pela curadoria do espaço.

Música

É no GIRLS que a cantora e compositora americana Tierra Whack vai apresentar no Brasil pela primeira vez. A rapper da Filadélfia complementa o lineup que já conta com Kylie Minogue, Little Mix, Gaby Amarantos, IZA e Linn da Quebrada.

Tierra surpreendeu o mundo da música em 2018 quando lançou seu ambicioso e inovador disco de estreia, Whack World. O álbum é composto por 15 músicas com um minuto cada. Com a duração perfeita e proposital para as redes sociais, cada canção foi publicada no Instagram com um vídeo correspondente e, para cada um deles, a artista adotou um visual diferente.

Imagem: Divulgação

O projeto de multimídia, com seus clipes criativos e excêntricos, foi extremamente bem recebido, entrando na lista de melhores do ano de publicações diversas como NPR, Pitchfork e Billboard e ainda rendeu à cantora o apelido de "Missy Elliot desta geração".

Na onda dessa repercussão, o vídeo de "Mumbo Jumbo", single de 2017 que não entrou no álbum, foi indicado ao Grammy! No ano passado, Tierra ampliou o seu repertório mais uma vez de maneira inusitada: emplacou a hashtag #WhackHistoryMonth e, durante cinco semanas, lançou cinco singles.

"Only Child" puxou as demais faixas: "CLONES", "Gloria", "Wasteland" e "Unemployed". Em comum, suas músicas têm apenas a velocidade de centenas-de-sílabas-por-minuto, mas ela não quer se encaixar em nenhum gênero. Thierra pretende ter a liberdade de fazer soul, rap, synth-pop, hip-hop, R&B e até rock se quiser.

"Não quero seguir padrões", disse a cantora que prefere ser chamada simplesmente de artista.

?Em entrevistas, a cantora afirmou que sofria muito bullying na infância por ser uma das únicas crianças negras em uma escola majoritariamente branca. Para lidar com sua timidez, ela cresceu escrevendo poesias e rimas até superar sua insegurança participando de (e ganhando) inúmeras batalhas de rap.

Suas maiores referências musicais são Lauryn Hill, com quem ela chegou a abrir em 2018, e Erykah Badu. Logo no início da carreira, recebeu elogios de Solange Knowles e Flying Lotus, com quem ela colaborou na faixa "Yellow Belly", do disco mais recente do rapper e produtor americano.

Thierra participou, ao lado de Beyoncé, da música "My Power", da trilha do filme The Lion King. No ano passado, esteve na escalação dos principais festivais do mundo: Coachella, Lollapalooza Chicago, Primavera Sound e Austin City Limits.

Representando o time de brasileiras, Gaby Amarantos é outro destaque do line-up do GIRLS. A parense já foi tema de abertura de novela da Globo e ajudou a colocar o tecnobrega nas rádios do país. Nascida no bairro de Jurunas, periferia de Belém, Gaby é referência na difusão do ritmo nortista, e além de cantar e compor, hoje ela faz parte do time do Saia Justa, no GNT.

Com o primeiro disco produzido por Carlos Eduardo Miranda e Felix Robatto, "Treme",? ela abriu caminho de vez para a música feita no Pará. Em 2012, foi indicada para grandes prêmios musicais como o Grammy Latino, na categoria Revelacão e Melhor Álbum Regional, e para o VMB, promovido pela MTV, nas categorias Artista Feminina e Artista do Ano.

No Prêmio Multishow foi indicada na categoria Novo Hit e ganhou o troféu de Melhor Cantora da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 2019,.venceu o prêmio MTV MIAW, na categoria Melhor Feat, com a música "Corpo Fechado", em parceria com Johnny Hooker.

Ainda no ano passado, Gaby mergulhou de vez no universo feminino e lançou o single/clipe "Xanalá", um feat com Duda Beat, exaltando a sexualidade? feminina. Além dele, ela lançou duas músicas homenageando a cultura paraense: "Cachaça de Jambu" e "Ilha de Marajó"

Hoje, a artista é uma importante representante da cultura amazônica, defendendo a região norte do Brasil, muitas vezes negligenciada. Ela é uma defensora dos movimentos negros, LGBTQ e direitos das mulheres, e trabalha com a ONU em sua iniciativa "Vidas Negras Importam".

GRLS!

Imagem: Divulgação

O mais novo festival brasileiro pretende reconhecer, valorizar, transformar e celebrar o papel das mulheres na cultura. Com curadoria da POPLOAD, em dois dias, o evento irá mesclar palestras, oficinas, rodas de conversa e muita música! Tudo feito, composto e estrelado por elas, mas destinado a todes*.

"Pensamos em um festival feito por mulheres e não-binários, mas que crie uma discussão para todos os gêneros. Queremos fazer pensar, refletir e também conectar todas as pessoas. A mulher sempre tem que se esforçar mais, se impor mais e conquistar mais para ser respeitada. Temos muitas mulheres fortes em todos os setores da indústria da música, tanto no palco como atrás dele, fazendo tudo acontecer. Queremos amplificar essas vozes e ser um marco neste sentido. Celebrar tudo o que já foi conquistado e abrir caminho para o que ainda precisamos melhorar, criar e conquistar", afirmou Paola Wescher, diretora artística da T4F e sócia da Popload.

Para inserir o público na essência de GRLS!, até os dias do festival, serão produzidos podcasts pela Popload Radio e matérias exclusivas sobre as artistas e as ativações em um portal feito especialmente para GRLS!.

A inspiração, reflexão, transformação e ação são os ideais que compõem o festival GRLS!, que? irá proporcionar um espaço onde as pessoas possam ser ouvidas, passar suas mensagens adiante, ganhar visibilidade e ser reconhecidas adequadamente.

Para os idealizadores, a música é uma das formas mais profundas de conectar as pessoas e fazer acontecer. Para unir essa energia com a força e o empoderamento feminino, o festival se compromete a ter uma escalação 100% composta por artistas mulheres, internacionais e nacionais, representando vários estilos musicais como pop, MPB, indie, R&B e hip-hop.

Isis Vergílio e Renata Simões serão responsáveis pela curadoria do Talks. Produtora cultural, Isis Vergílio é atualmente colunista do site da revista Marie Claire e produtora da filósofa Djamila Ribeiro. Renata Simões é diretora, repórter e mediadora em debates. Hoje, ela brilha falando sobre música e cultura como ninguém nos programas Escala Musical e Metrópolis da TV Cultura.

Para conhecer a realidade de quem trabalha efetivamente em prol das mulheres, GRLS! também contará com a presença de coletivos que englobam todas as causas relevantes do universo feminino ao quebrar barreiras e defender a representatividade.

Vale relembrar que o festival acontece nos 7 e 8 de março, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Os ingressos começam a ser vendidos a partir do dia 20 de janeiro. Para maiores informações visite o site: http://festivalgrls.com.br/

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