Os moradores da Ilha de Paquetá, no interior da Baía de Guanabara, e os representantes do Governo Estadual se reuniram, nesta nesta terça (21), a fim de buscar uma solução para as mudanças na grade de horários das barcas. Após muitas conversas e exposição das perdas com a medida, a reunião terminou sem avanços.
Na manhã desta terça, um grupo de moradores realizaram um protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do Poder Executivo, em Laranjeiras, na Zona Sul. Eles alegam que a mudança na grade vai afetar diretamente no dia a dia, nas atividades bancárias da cidade, além de aumentar os intervalos nas viagens que partem de Niterói e da Praça XV. Durante o protesto, cinco representantes da localidade foram recebidos pela Secretaria Estadual de Transporte.
Na oportunidade, os representantes da Associação de Moradores de Paquetá entregaram aos representantes da Secretaria Estadual de Transporte uma documentação contrariando a decisão da CCR Barcas em mudar a grade horária alegando o impacto na vida da população como também no turismo, que é principal fonte de movimentação comercial na região.
No comunicado enviado a imprensa a Setrans informou que as solicitações serão entregues ao Secretário de Transporte e da Casa Civil para que dêem prosseguimentos a discussão. Com isso, nesta sexta-feira (24), haverá uma reunião para tratar do tema.
A medida, que foi divulgada em dezembro pela CCR Barcas, visa "melhorar a eficiência operacional". As trocas também inclui as linhas Cocotá e Arariboia. A operação vai reduzir da atual 22 para 15 viagens durante a semana, e de 24 para 12 aos fins de semana, período que recebem mais turistas.
Desde dezembro, os moradores conseguiram modificar algumas medidas da CCR Barcas, como viagens diretas entre Praça XV/Paquetá e Paquetá/Praça XV, bem como ajustes as necessidades mais urgentes (serviços médicos, escolas, entre outros). Mas o principal, que seria a regulação da grade horária aos fins de semana, não foi atendida. A pasta informou que vai "concentrar esforços" para realizar as adequações.
A Setrans também garantiu viagens diárias com uma barca maior para atender o transporte de cargas além da utilização de um modelo de embarcação mais moderno da frota, com ar-condicionado.
Já a Defensoria Pública afirmou que irá recorrer a decisão da Justiça promulgada na última quarta-feira (15). Segundo a DPRJ o acordo não foi firmado entre as partes envolvidas. A Defensoria afirmou que "as alterações já vinham sendo discutidas entre a CCR Barcas e o Estado do Rio, em ação de Rescisão da Concessão, sem que os moradores tivessem sido ouvidos ou tomassem conhecimento das negociações", informa.
Em comunicado à imprensa, a Secretaria Estadual de Transporte ressaltou que o "contrato de concessão do sistema aquaviário apresenta forte desequilíbrio econômico-financeiro, já reconhecido pela Justiça." Com isso, CCR Barcas enfrenta "a queda no número de passageiros decorrente da ausência de conexões dos ônibus com as barcas, no Centro do Rio, depois que o mergulhão e a perimetral foram desativados", afirma.
Confira a nova grade de horários: