Este ano teremos eleições municipais. E se tem eleição, tem a presença de Washington Quaquá. O petista, apesar de impossibilitado de concorrer a cargos políticos pelo TSE, é um dos maiores articuladores políticos do Estado. Prestes a lançar seu terceiro livro, intitulado provisoriamente "PT, Lula e a Construção da Nação Brasileira", o ex-prefeito de Maricá acredita em uma retomada da esquerda a partir do pleito municipal desde ano.
"Vejo como momento de retomada da nossa narrativa e do nosso projeto. É hora de confrontar os dois projetos distintos. Um que inclui o povo nos direitos sociais, econômicos e culturais e defende a soberania nacional; e o outro, do Bolsonaro, que exclui o povo e entrega as riquezas nacionais aos estrangeiros como sempre foi feito desde a invasão europeia", explica Quaquá em entrevista exclusiva ao portal Eu, Rio!
O vice-presidente nacional do PT avaliou a mudança política que elegeu Jair Bolsonaro presidente.
"A elite brasileira nunca teve compromisso popular e portanto nunca teve compromisso democrático. O Brasil que vivemos se formou não como nação, mas como um implemento colonial. Nossas elites se acostumaram a ser gerentes de interesses estrangeiros num negócio colonial de drenagem de riquezas. O povo sempre foi testado apenas como tração humana; como músculo e combustível para a engrenagem do engenho colonial", diz Quaquá, que acrescenta.
"Lula e o PT ousaram em 12 anos ir na contramão da história. Tentarem construir uma nação onde o povo era parte do Projeto. A ingenuidade foi mais uma vez achar que as elites nacionais pudessem se comprometer com isso. Era necessário ter organizado o povo em torno do projeto de nação para que esse povo impedisse golpes a democracia, como foi feito na Venezuela por exemplo. Mas nós confiamos apenas nas instituições. Instituições que são apoderaras pela burguesia e pela pequena burguesia vassala dos interesses do engenho colonial", conclui.
Quaquá afirma que o Partido dos Trabalhadores vai tentar emplacar candidatos a prefeito nas principais cidades do estado do Rio.
"Precisamos ter candidatos próprios na maioria das cidades para defender nosso legado dos governos lulistas e nosso projeto de construção nacional. No Rio, hoje, só temos Maricá e tem sido uma prefeitura exemplar nas políticas em defesa do povo. Vamos levar essa experiências de Maricá para o debate em todas as cidades do Rio. Nossa expectativa é ampliação no número de cidades governadas por nós. Mas não arrisco chutar números. A disputa e muito dinâmica", finalizou.