Residências terapêuticas ajudam pacientes com transtornos mentais abandonados pela família

De uma realidade de abandono e, muitas vezes, maus tratos em hospitais psiquiátricos para um lar repleto de amor e carinho. Diversas pessoas que foram deixadas para trás por familiares ganharam dignidade em Queimados, desde que a Prefeitura implantou quatro Residências Terapêuticas, no bairro Vila do Tinguá. Os locais, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, são destinados a quem já passou por um longo período de internação e está impossibilitado de voltar para casa. Os espaços funcionam há 14 anos e, ao todo, atendem 24 moradores.

As Residências Terapêuticas são exclusivas para pessoas com transtornos mentais – em sua maioria esquizofrênicas – e que foram abandonadas por familiares em hospitais psiquiátricos. Para garantir a devida atenção com os moradores, os lares contam com uma equipe formada por cuidadores e coordenadores disponíveis 24 horas por dia.

O Prefeito de Queimados, Carlos Vilela, exalta o trabalho desenvolvido pelos profissionais das unidades e ressalta a importância de um bom tratamento para os pacientes: “Temos acompanhado o trabalho realizado e a alegria das pessoas que moram nas residências mostra que todos têm se dedicado para oferecer o melhor. Sabemos que carinho e bom tratamento são muito eficazes no controle e tratamento de doenças mentais”, disse o gestor.

De acordo com o secretário da Pasta, Osiris Melo, além de um lar aconchegante, os moradores recebem tratamento médico no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). “Sabemos da dificuldade que é de cuidar de uma pessoa com transtornos mentais, mas eles são cidadãos comuns e merecem todo amor e respeito. Por isso, a Gestão Municipal abraçou essa causa e devolveu a dignidade para todos eles”, explicou o gestor.

Lares repletos de amor

A união, o carinho e o cuidado especial faz com que pessoas como Marina de Oliveira (74) se sintam felizes morando na Residência Terapêutica. “Estou aqui há 11 anos e amo essa casa. Aqui tem atividades de ginástica e comida deliciosa. O tratamento também é muito bom e as pessoas são bem legais”, afirmou.

Outro morador da Residência, Jairo Cordeiro (45) também afirmou ser bem cuidado na casa. “Aqui eles tratam a gente bem, fazem festas, nos levam para passear, ir na praia, é muito bom. No natal ganhamos até presentes e uma ceia deliciosa. Eu amo esse lar”, concluiu ele, que está há nove anos no espaço.

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que faz com que um indivíduo perca a capacidade de perceber a realidade ao seu redor. O doente sofre com delírios e alucinações, além de desmotivação, problemas de comunicação e até dificuldade para organizar os pensamentos. O apoio da família é fundamental no tratamento da doença, mas, muitas vezes, quem deveria cuidar e dar carinho, abandona. Neste momento, o poder público passa a ser o responsável em transformar para melhor a vida destas pessoas.