O meio-campista Gabriel Pereira Minas, mais conhecido como Gabriel Capixaba, que completa, 22 anos, no dia 5 de março, teve apenas cinco minutos para mostrar seu valor no jogo contra o Bangu e não desperdiçou a oportunidade.
O jogador era da base do clube e estreou no time profissional do Fluminense aos 41 minutos do segundo tempo e no minuto seguinte marcou de cabeça o quinto gol do tricolor na goleada por 5 a 1 sobre o alvirrubro no estádio de Moça Bonita.
Gabriel ao sair do campo, revelou ao repórter da Globo que tinha pedido ao técnico Odair Hellmann para ensiná-lo a dar entrevista. Com respostas imediatas e o sorriso nervoso, o jogador ainda tímido, tirou de letra o desafio.
O Portal EU,RIO!, também conversou com o autor do gol relâmpago, da terceira rodada da Taça Guanabara. O jovem que vem da base do Fluminense saiu de casa com apenas 12 anos de idade, para realizar esse sonho.
Com o apoio da família, que se dividiu entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro durante todo tempo de preparação, o atleta contou com ótimos profissionais, um ambiente propício e bons amigos na base tricolor.
EU, RIO!: Como você se sentiu ao estrear no Fluminense jogando contra o Bangu?
Saí da minha casa muito cedo (12 anos de idade) em busca do meu sonho e, por isso, venho desde esse dia me preparando para esse momento. Eu carrego no meu nome profissional o do meu estado e tenho a consciência de que isso me dá ainda mais responsabilidade para aproveitar cada minuto que o treinador me colocar em campo. Estrear no Profissional do Fluminense, com direito ainda a gol, é algo muito mágico. Eu acredito muito no trabalho dessa nova diretoria e da nova comissão técnica. O treinador é um cara que nos passa muita confiança, vemos no dia a dia o empenho de todos e procuro corresponder. Procurei sempre agir de maneira muito natural quanto à minha estreia, pois tinha a certeza de que na hora certa iria acontecer. Pensando assim, apenas me resta corresponder no momento em que eu entrar em campo.
EU, RIO! O que você achou do seu gol na partida?
Quando vi a jogada lá na direita, busquei ver como os zagueiros estavam se posicionando, percebi um espaço na área e nesse momento procurei me colocar na posição certa, pois tinha certeza que essa era a jogada que ia acontecer. Sabia que ia fazer aquele gol! Sou um jogador versátil, por isso, não tenho preferência de “como fazer um gol”. O importante é sempre somar para o time! Óbvio que podendo marcar é bem melhor!
EU, RIO! Quando você pensou em ser um jogador de futebol profissional?
CAPIXABA: Venho de uma família maravilhosa, meus pais são tudo para mim. Sempre me deram toda estrutura na minha formação como homem. Como disse anteriormente, saí de casa muito cedo em busca do meu sonho, por isso, minha infância foi dividida entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Meu primeiro presente foi uma bola de futebol e, sinceramente, acho que desde esse dia mirei o meu alvo que era ser jogador de futebol! Acontece que eu não tinha escolinha para treinar e brincava sozinho na minha casa. Eu era atacante e goleiro ao mesmo tempo: chutava a bola e corria para a parede para agarrar. Somente aos nove anos comecei a frequentar as escolinhas de futebol da minha cidade natal.
EU, RIO! Qual foi papel da sua família na realização deste sonho? Você encontrou muitos obstáculos?
CAPIXABA: Quem decide por essa profissão tem que saber lidar com a desconfiança. O importante é ser resiliente e persistir, trabalhando duro, sonhando que um dia a meta seja alcançada. Recebi muitos “nãos” na minha vida, mas nunca me deixei abalar porque tinha a certeza de que o meu “sim” estava guardado logo ali à frente. Como disse meus pais são maravilhosos, sempre acreditaram em mim e sempre procuraram dar todo tipo de suporte para que eu pudesse trabalhar com tranquilidade. Minha família se revezava entre Rio de Janeiro e Espírito Santo para estar sempre por perto. Acho que por causa dessa dedicação ímpar da minha família, consegui trabalhar com muita tranquilidade. Outro ponto importante que não posso deixar de falar foi a recepção que tive aqui no Rio. Conheci pessoas maravilhosas que sempre me trataram como um filho.
EU, RIO! Como foi para você a experiência de treinar e jogar nos times de base do Fluminense em Xerém?
CAPIXABA: Aquele lugar é mágico! A estrutura que o Fluminense nos proporciona lá é algo extremamente fundamental na formação do atleta de futebol. Temos de tudo lá! Não nos falta nada! O resultado dessa estrutura é a chamada “Fábrica de Talentos de Xerém” que, entra ano e sai ano, revela grandes jogadores para o futebol.
EU, RIO!Como você se sente jogando no mesmo time com profissionais renomados, como Nenê, Ganso, que já viveram o auge na carreira?
CAPIXABA: Nós que nascemos no interior temos alguns privilégios que quem nasce nas cidades não tem. Na minha infância, bebia água na nascente. Conviver com esses caras é como beber água na nascente! Sabem muito de futebol e, o principal de tudo, nos tratam com muito respeito; a gente vê neles a “sede” de querer nos ajudar a melhorar como atletas. Há algum tempo, jogava vídeo game com esses caras e agora estar ao lado deles é algo inexplicável.
EU, RIO! Como são os treinos no CT da Barra e a relação com o técnico Odair Hellmann?
CAPIXABA: Desde o primeiro dia percebi que ele ia olhar diferente para os meninos da base. Ele procura sempre conversar com a gente, orientar, passar sua experiência, visão de jogo, expectativa em relação a gente e o principal: nos passa muita confiança! Confiança no futebol é fundamental para o nosso desenvolvimento. Tenho a certeza de que no comando do Odair teremos um ano maravilhoso para o nosso torcedor.