Um plano entre o Ministério da Saúde, estados e municípios, pretende eliminar a hepatite C no Brasil até 2030. A ideia é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalece o atendimento às hepatites virais. Atualmente, a hepatite C tem o maior número de notificações dentre as hepatites. Em 2017, a taxa de incidência foi de 11,9 casos por cada 109 mil habitantes.
Estima-se que, no Brasil, 2,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite e cerca de 1,5 milhão são portadores do tipo C. Ainda não se tem uma vacina para este tipo de hepatite. A hepatite é uma inflamação aguda no fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias, agentes tóxicos como o álcool, e até medicação. Há também a hepatite autoimune, que a pessoa desenvolve naturalmente.
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite C é causada pelo vírus C (HCV), presente no sangue de pessoas infectadas. O modo de transmissão se faz através de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas e cachimbos), de material de higiene pessoal (lâminas de barbear, escovas de dente e alicates de unha) e em confecção de tatuagem e colocação de piercings.
A transmissão também pode ocorrer através do sexo sem camisinha com uma pessoa infectada e da mãe infectada para o filho, durante a gravidez.
É importante se fazer o diagnóstico da hepatite C, explica o Infectologista Dr Alberto Chebabo, do Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ.
"A hepatite C é uma doença silenciosa, que causa consequências graves a longo prazo, como cirrose e câncer de fígado. E agora dispomos de um tratamento que consegue curar a doença em mais de 95% dos casos. São várias drogas, o sofosbuvir entre elas".
Segundo a Anvisa, o Sofosbuvir deve reduzir os custos do tratamento para hepatite C. Os medicamentos genéricos entram no mercado com valor no mínimo 35% menor que o do produto de referência.
Apesar das mortes globais por hepatite estarem aumentando, novas infecções pelo VHB estão diminuindo graças ao aumento da cobertura vacinal contra o vírus entre crianças. 84% das crianças nascidas em 2015 receberam as três doses da vacina recomendadas contra a hepatite B, em caráter mundial.
As hepatites e o modo de transmissão:
A principal forma da transmissão da hepatite A é fecal-oral por contato entre indivíduos, ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.
A hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível e está presente no sangue, no esperma e no leite materno.
A hepatite C é transmitida através do compartilhamento de instrumentos perfurantes e cortantes contaminados pelo vírus.
O Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde para pessoas de até 49 anos.
A imunização é feita em três doses e só é eficaz quando tomada com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.
Não existe vacina contra a hepatite C.
A vacina de hepatite A foi introduzida no calendário infantil em 2014, para crianças de 1 a 2 anos de idade
A hepatite D depende da hepatite B para ocorrer, então, vacinar contra o tipo B previne o tipo D. A hepatite E tem ocorrência rara no Brasil e não há vacina disponível para a doença