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Número de vítimas de bala perdida aumentou 93% em fevereiro no RJ

Pelo quinto mês consecutivo, a Vila Kennedy, com 37 registros, foi o bairro do Grande Rio com mais tiroteios.

Por Portal Eu, Rio! em 02/03/2020 às 09:05:44

Ao todo, 219 pessoas foram baleadas em fevereiro (destas, 104 morreram). Foto: Reprodução TV

No mês de fevereiro, a plataforma Fogo Cruzado mapeou 399 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio, indicando uma queda de 40% em comparação com o mesmo período de 2019, quando houve 661 registros. Ao todo, 219 pessoas foram baleadas em fevereiro (destas, 104 morreram), 18% a menos que as 267 baleadas (151 morreram e 116 ficaram feridas) em fevereiro do ano anterior.

Por outro lado, houve um aumento de 93% no número de vítimas de bala perdida* em comparação com o mesmo período do ano anterior: foram 27 pessoas baleadas em fevereiro de 2020 (2 morreram) e 14 no mesmo período de 2019 (1 morreu). Entre as vítimas está uma artesã de 26 anos, baleada na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, no dia 16 quando estava no ateliê onde confeccionava fantasias para o Carnaval. Ela teria sido atingida após ouvir tumulto e sair para ver se filha de 7 anos estava bem.

Veja mais alguns detalhes sobre a violência armada no Grande Rio em fevereiro:

O Rio de Janeiro teve o maior número de tiroteios entre os municípios da região metropolitana do Rio: foram 250 registros, 63% de todo o acumulado do Grande Rio** em fevereiro (399). São Gonçalo (45), Belford Roxo (21), Duque de Caxias (21) e São João de Meriti (18) completaram o ranking. A capital fluminense também teve o maior número de mortos (37) e feridos (62).

Em comparação com janeiro (430), fevereiro teve uma queda de 7% nos tiroteios, foram 399. O número de baleados também, no entanto, aumentou 4%: foram 219 em fevereiro e 211 no mês anterior.

Pelo quinto mês consecutivo, a Vila Kennedy, com 37 registros, foi o bairro do Grande Rio com mais tiroteios. Em seguida vêm Cidade de Deus (15), Acari (9) Vila Isabel (9), Madureira (9), Complexo do Alemão (9), Bangu e Lins de Vasconcelos (9). Empatados em terceiro lugar no número de tiroteios (9), Acari e Vila Isabel também tiveram o mesmo número de baleados (7), sendo 4 mortos e 3 feridos em Acari e 2 mortos e 5 feridos em Vila Isabel. Bangu, também na terceira posição do ranking com 9 tiroteios, teve o maior número de baleados, foram 11 em fevereiro (1 morto e 10 feridos).

Em fevereiro, houve 41 tiroteios/disparos de arma de fogo em áreas com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Complexo do Alemão (9), Macacos (6), Prazeres (4), São João (4), Complexo de Manguinhos (3) e Andaraí (3) foram as áreas que tiveram mais tiros.

A zona norte da capital, com 132 registros, concentrou 33% dos tiroteios na região metropolitana do Rio. Em seguida vem a zona oeste (95), Baixada Fluminense (86), Leste Metropolitano (62), Centro (19) e zona sul (4). Na quarta posição entre as regiões com mais tiros, o Leste Metropolitano*** teve o maior número de baleados (60), seguido da Baixada Fluminense (59).

Em fevereiro, houve 6 casos com com 3 ou mais civis mortos em uma mesma situação no Grande Rio, ao todo 19 pessoas foram mortas. Em 5 casos houve presença de agentes de segurança. Em comparação com o mesmo período de 2019, em fevereiro teve uma queda de 40% no número de casos e de 60% na quantidade de mortos: foram 10 situações em que 48 civis foram mortos no total. Em 8 deles houve presença de agentes de segurança.

Em fevereiro, 9 agentes de segurança**** foram baleados no Grande Rio, 5 deles morreram. Do total de agentes baleados, 1 morreu e 1 ficou ferido quando estavam em serviço, e 6 foram atingidos quando estavam fora de serviço - 4 deles morreram. Comparado com o mesmo período de 2019, fevereiro teve uma queda de 44% no número de agentes de segurança baleados: foram 16 no ano anterior, 1 deles morreu.

5 crianças (com idade inferior a 12 anos), 9 adolescentes (entre 12 anos e 18 anos incompletos) e 2 idosos (a partir de 60 anos) foram baleados na região metropolitana do Rio em fevereiro: destes, 5 adolescentes e 1 idoso morreram. Entre as vítimas está Luiz Antônio de Souza Ferreira da Silva, de 14 anos, morto após ser baleado na Vila Ruth, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, durante uma operação policial no dia 6. O adolescente estava em processo de adoção e foi atingido quando saía junto com a mãe adotiva de uma consulta com o psicólogo.

No acumulado do ano - de janeiro até fevereiro - o Fogo Cruzado registrou 829 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio. Ao todo 430 pessoas foram baleadas: sendo 221 mortas e 209 feridas. Em comparação com o mesmo período de 2019 (1.341), este ano teve uma queda de 38% no número de tiroteios e de 23% no número de baleados (foram 560 no ano anterior).

* "Vítima de bala perdida": a pessoa que não tinha nenhuma participação ou influência sobre o evento no qual houve disparo de arma de fogo, sendo, no entanto, atingida por projétil (ISP).

** Grande Rio: termo utilizado para falar da região metropolitana do Rio, que inclui Baixada Fluminense, Leste Metropolitano e a cidade do Rio de Janeiro.

*** Leste Metropolitano, região que concentra os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Cachoeira de Macacu e Tanguá.

**** Agentes de segurança incluem policiais civis, militares, federais, guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros e militares das forças armadas – na ativa, na reserva e reformados.


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