Na tarde desta terça-feira (3), oito partidos de oposição assinaram uma nota conjunta contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. O manifesto pontuou os problemas políticos, econômicos e sociais do Brasil e acusou Bolsonaro de ameaçar a Constituição e a Democracia. No comunicado, os partidos ainda anunciaram que devem continuar na contramão da agenda neoliberal do atual governo e que vão apoiar três manifestações previstas para março.
Entre os atos citados pela esquerda para este mês, estão o Dia Internacional da Mulher (8), os dois anos do assassinato de Marielle e Anderson (14) e a Defesa da Educação do Serviço Publico (18). As manifestações acontecerão próximas a convocação apoiada pelos bolsonaristas, no dia 15 de março, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
A seguir, leio o texto na íntegra:
"A situação política, econômica e social do país é cada dia mais grave. O presidente da República afronta sistematicamente a Constituição e a Democracia. Atua para desestabilizar as instituições, ao apoiar manifestações contra o Congresso e o STF e ao incitar ações políticas e ilegais nas polícias militares.
A economia continua estagnada. A política de austeridade voltada aos interesses do sistema financeiro drena recursos da sociedade. O real se desvaloriza, não há investimentos públicos nem privados, as projeções do PIB são minguantes.
A vida do povo piora com os cortes nos programas de proteção social. Milhões aguardam na fila do Bolsa Família e da Previdência. Não há resposta eficaz para o desemprego. O trabalho é cada vez mais informal e precário. A fome voltou a atormentar as famílias.
Diante deste acúmulo de crises, que compromete o desenvolvimento do país, sacrifica a vida do povo e ameaça a própria democracia, os partidos políticos que assinam esta nota decidem:
1) Resistir à agenda neoliberal, de destruição dos direitos do povo e do estado brasileiro;
2) Definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional em defesa do país;
3) Apoiar, incentivar e participar dos atos e manifestações dos movimentos sociais, sindicais e populares convocados para os dias 8 (Dia Internacional da Mulher), 14 (2 anos do assassinato de Marielle e Anderson) e 18 de março (Em Defesa da Educação do Serviço Publico);
4) Fortalecer o fórum permanente dos partidos de oposição para avaliar a conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas;
5) Construir atos nacionais unificados em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania, com todas as forças democráticas;
6) Construir uma política unificada de comunicação, fortalecendo a presença nas redes sociais", informou o texto.
Vale ressaltar que participaram do encontro representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Rede Sustentabilidade Partido Verde e Unidade Popular.