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Protocolo de Segurança Escolar visa acabar com violência nas escolas

Implementado em Magé, curso multidisciplinar nasceu no Batalhão do Leblon

Por Rosaria Farage em 04/03/2020 às 13:58:14

Capitão Portella, ministrando o PSE, curso único no Brasil com orientações para casos de insegurança nas escolas. Foto: Divulgação

Após o Carnaval, finalmente começa de fato o ano letivo. Acontece que o ambiente, antes tão tranquilizante para pais e motivador para os professores, há muito tempo se tornou também uma local de conflito e angústias, até para os alunos, em algumas escolas. Isso porque já não há mais a certeza de segurança ao cruzarem os portões dos estabelecimentos de ensino e chegarem às salas de aula, como era antes.

Porém, uma iniciativa está sendo estudada e desenvolvida para devolver ao corpo discente e docente uma tranquilidade fundamental para que aja foco total no aprendizado e que se afaste dos colégios qualquer tipo de insegurança capaz de alterar a rotina e paz nas escolas. É o Protocolo de Segurança Escolar, que nasceu na sede do 23º Batalhão de Polícia Militar, criada pelo Capitão Portella, após solicitação do Comandante França.

Trata-se de uma equipe multidisciplinar, que visita escolas, ministrando palestras sobre bullying e cyberbullying a fim de que os responsáveis e trabalhadores da instituição estejam preparados para reconhecer quem sofre e quem pratica este tipo de constrangimento, podendo então orientar e inibir este tipo de atitude tão nociva e propagadora de danos futuros, alguns irreversíveis. Há ainda treinamentos aplicados no ambiente escolar para que todos ali saibam agir em casos de possíveis ataques e também qualquer tipo de emergência no local.

PSE nasceu baseado nos casos de Columbine, Tarcio da Silveira e Suzano

Enquanto o Capitão Portella participava de um curso para Major, o Comandante França, do 23º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, no Leblon, solicitou que fosse feita uma avaliação de como seria possível diminuir ou até mesmo acabar com práticas agressivas nas escolas, seja entre os próprios alunos, contra os professores ou de estranhos invasores.

Com mais tempo na agenda, Capitão Portella teve a missão de desenvolver um protocolo de caráter preventivo nas escolas, devido aos crescentes casos de violência dentro das instituições de ensino. Baseado nos casos de Columbine (EUA), Tarcio da Silveira (RJ) e Suzano (SP), foram observados diversos pontos similares que motivaram os autores dos ataques.

Iniciou-se então estratégias assertivas para montar o Protocolo de Segurança Escolar. Desde então houve um avanço no programa, que está sendo implementado no município de Magé, a convite da prefeitura local. São cinco etapas de ministração. Primeiro para gestores e diretores, depois para inspetores de alunos, em sequência aos porteiros e por ultimo os pais, seguido dos próprios alunos.

"Todos têm que estar preparados para fatos inesperados ou emergências dentro das escolas. Por exemplo, pegou fogo. O que a criança vai fazer? A merendeira do colégio? As pessoas hoje não sabem, não estão preparadas. Por isso queremos deixar este legado, gratuito, preparando para condições adversas e combatendo, de forma preventiva, casos de violência dentro das escolas", explica o Capitão Portella.

O militar acredita que pode ter algum tipo de dificuldade para implantar o PSE em todo ramo educacional, devido a uma série de fatores, como política e outros interesses. Mas está animado com a inciativa, acreditando que com o sucesso na primeiras cidades onde o protocolo for implantado, será possível mostrar a importância do trabalho preventivo contra a violência nas escolas. Além de Magé, a equipe multidisciplinar já recebeu convite para implementação do Protocolo de Segurança Escolar em Friburgo.

Criador do Protocolo de Segurança Escolar é advogado

O Capitão Portella, idealizador e realizador do Protocolo de Segurança Escolar, tem 16 anos de Polícia Militar, é graduado em Direito pela Faculdade Cândido Mendes, pós-graduado pela EMERJ e também em Direito Previdenciário. Atuou como assessor do primeiro Secretário de Conservação do Município do Rio de Janeiro e foi gerente de vistoria da Secretaria Municipal de Transportes e Coordenador de Fiscalização. É ainda autor da operação Táxi Legal e aperfeiçoador do curso de Segurança Predial, ministrado nos batalhões da PMERJ.


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