Por 13 votos sim e quatro não os vereadores de Itaguaí, na Região Metropolitana, aprovaram o parecer final da Comissão Especial Processante que investigou supostos casos de nepotismo na Prefeitura da cidade. Entre os envolvidos, na denúncia recebida pela Câmara no fim do ano passado, estão o prefeito da cidade Carlo Busatto Júnior - o Charlinho (MDB) - e o vice prefeito Abeilard Goulart, o Abelardinho (PDT). Os dois já estão afastados de seus cargos e o presidente da Câmara, RUbens Vieira (PODEMOS) assume a gestão da cidade.
O documento detalha informações importantes como nome dos envolvidos, relações de parentesco, nomeações, exonerações e vencimentos. São citadas mais de 60 pessoas.
De acordo com o parecer, Charlinho nomeou a esposa, Andréia Busatto, como secretária de Educação e o vice a filha, Érika Goulart, como secretária de Esportes. Esta foi a quarta sessão de impeachment feita pela câmara, que nas outras três, foi negado.
Os parlamentares iniciaram a sessão ainda na quinta-feira (5), às 18h, e se estenderam até a madrugada de sexta-feira (6), por conta do documento de impeachment que conta com 1.062 páginas. A apresentação do relatório levou mais de uma hora e meia. Por volta das 8h, a presidência da Casa convocou os vereadores para votação em urna secreta e em seguida realizou a contagem dos votos.
O prefeito fez a defesa às 5h da manhã e acusou os vereadores de forçarem um golpe e afirmou não cometer nenhum tipo de improbidade administrativa.
Custos aos cofres públicos
A denúncia recebida pela comissão apontou que os custos aos cofres públicos dos vencimentos dos familiares nomeados chegam a mais de meio milhão de reais ao mês, totalizando quase 7 milhões de reais ao ano, além de citar obras públicas paradas que poderiam ser concluídas com o montante gasto para o pagamento de vencimentos de familiares dos denunciados.
Durante 90 dias de investigação, a Comissão realizou oitivas de testemunhas e analisou as provas apresentadas. O material gerou um relatório de seis volumes que será lido e votado pelo plenário da Câmara. Se provado que houveram casos de nepotismo na Prefeitura, o prefeito Charlinho e seu vice poderão ter seus mandatos cassados.