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Pré-candidaturas a prefeito do Rio expõem racha no PSOL

Renato Cinco, David Miranda e Marcelo Freixo disputam indicação do partido

Por Anderson Madeira em 14/03/2020 às 20:22:04

Foto: Divulgação

O PSOL carioca, que até pouco tempo estava fechado na pré-candidatura do deputado federal Marcelo Freixo para a Prefeitura do Rio a sua terceira consecutiva, agora está rachado. O vereador Renato Cinco e o também deputado federal David Miranda também anunciaram que querem disputar a sucessão de Marcelo Crivella. Agora, a legenda está rachada. O ponto de discórdia é a aliança com o PT, que lançaria a deputada federal Benedita da Silva como vice de Freixo.

“Estou em um partido com princípios democráticos. Até o Partido Democrata, nos Estados Unidos, está fazendo prévias para escolher o seu candidato à Presidência. Se a militância do PSOL decidir pela candidatura do Freixo, eu o apoiarei. Estou me lançando como pré-candidato para provocar o debate partidário”, explicou Renato Cinco.

O vereador é contra a aliança com o PT e defende uma frente partidária mais à esquerda. “O liberalismo moderado do PT e o radical de Bolsonaro não vão tirar o país da crise. Vai aprofundar as condições de vida dos trabalhadores. Nas votações da Reforma Trabalhista do governo Temer e da Reforma da Previdência, da gestão do Bolsonaro, não convocaram o povo às ruas. O Lula quer esperar os quatro anos de mandato do presidente, ao invés de cassá-lo. Se o Bolsonaro for até 2022, não teremos eleições livres. O presidente tem um projeto autoritário. Ele quer mudar o processo eleitoral para controlá-lo”, analisou o parlamentar, que defende uma aliança com o PSTU e o PCB, além do apoio de movimentos sociais.

Cinco está no segundo mandato na Câmara Municipal do Rio. Em 2012, foi eleito com 11.500 votos e em 2016, reeleito com 17 mil.

Recentemente, David Miranda, em conversa com jornalistas, acusou Freixo de não consultar as bases do partido para disputar a prefeitura. Segundo ele, Freixo “não está condizendo com as diretrizes do PSOL” e que foi para o Congresso do PT sem consultar as bases psolistas. “Vou disputar contra o Freixo para mostrar que o PSOL é raiz, é da militância, é dos protestos. A gente pode fazer aliança com todo mundo contra a barbárie do Bolsonaro, mas nunca pode esquecer a nossa essência. Lula tem alta rejeição aqui”, afirmou Miranda.

Procurado pela reportagem do Eu, Rio, Freixo não quis comentar as pré-candidatura de Cinco e Miranda. Através de assessoria, o parlamentar informou que teria uma reunião este fim de semana com a direção municipal do partido, mas, esta foi cancelada devido à epidemia do novo coronavírus. Perguntado sobre se esse racha vai atrapalhar a aliança com o PT, Freixo disse que não, pois, o setor que reclama disso é minoritário. A direção nacional apoia a aliança. Contudo, ele pensa em desistir da pré-candidatura se não houver um consenso no PSOL em torno dela. Deu prazo até o início de abril para que a questão seja resolvida.

Também procurada pela reportagem, a direção carioca do PSOL não se manifestou até o fechamento desta edição.

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