Com o isolamento social determinado pelos governos federal, estadual e municipais, como medidas de prevenção ao novo coronavírus, houve diminuição na frequência de restaurantes, bares e shoppings, fechamento de atrativos turísticos, principalmente no Rio de Janeiro e cancelamento de voos, excursões e viagens, nacionais e internacionais. A paralisação das atividades representou um baque no turismo nacional.
Conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgados esta quarta-feira, o Brasil perdeu R$ 2,2 bilhões na primeira quinzena de março. Só no estado do Rio de Janeiro, o prejuízo de R$ 700 milhões. Ainda segundo a CNC, o volume de receitas reduziu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O estudo cruzou informações do Índice de Atividade do Turismo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados do fluxo de passageiros em voos domésticos e internacionais e levou em conta ainda a demanda por voos nos países mais infectados pela doença e o número de casos registrados de Covid-19. Nos estados que apresentam mais casos da doença, a queda do uso de avião é maior. Para cada aumento diário de 10% no número de casos novos, houve queda de 3,5% no fluxo de passageiros.
Diante da queda no movimento nos estabelecimentos, o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio) assinou hoje medidas para a crise causada pela pandemia: Férias poderão ser individuais ou coletivas sem aviso prévio com pagamento no ato de saldo de dias trabalhados até o momento e eventual gorjeta residual; homologação de rescisões está suspensa; redução de jornada de trabalho com proporcional redução do salário até o máximo de 25% e suspensão de contratos e as horas extras não trabalhadas por motivos de paralisação serão compensadas em forma de horas-extras futuras. O SindRio ainda não calculou os prejuízos no setor.
Juros menores
Para reduzir o impacto negativo na economia, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu hoje a taxa básica de juros da Selic de 4,25% para 3,75% ao ano, a menor desde 1999, quando entrou em vigor. A medida levou em conta a desaceleração do crescimento global, a queda dos preços das commodites, o aumento da volatividade nos preços dos "ativos financeiros" e os impactos futuros do coronavírus na economia. O Copom não descarta novas quedas dos juros, dependendo da conjuntura.
PIB menor
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) reviu as suas projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Para o Rio, a previsão caiu de 1,9% para 1,1% este ano. Para o Brasil, caiu de 1,8% para 1,2%. No estado do Rio, a queda deveu-se ainda à queda do preço do petróleo no mundo, agravada pela desvalorização do Real.