Idoso é o novo público-alvo de taxistas e motoristas de aplicativo durante quarentena

Os motoristas de táxi e de aplicativos tentam criar condições de trabalho durante esse período de quarentena. Um deles é Carlos Eduardo, motorista de aplicativo morador de Duque de Caxias que postou um anúncio nas redes sociais se oferecendo para levar idosos à vacinação contra a gripe, entre outros serviços, com o objetivo de obter renda. Mas não está fácil.

Carlos Eduardo disse que postou o anúncio nesta terça-feira (24). Ele também contou com a ajuda de amigos na divulgação de seu serviço. Mas o resultado não foi o esperado:

"Eu coloquei o anúncio ontem a noite. Porém, só tive uma chamada de uma amiga querendo levar a mãe para tomar vacina", disse.

O motorista disse ainda que recebeu um pedido para levar um passageiro a Campos, mas a corrida não se confirmou. Carlos Eduardo diz que o serviço de transporte por aplicativo apresenta queda de 70%. A situação preocupa:

É o meu único meio de trabalho", disse Carlos Eduardo, acrescentando que a empresa de aplicativo oferece ajuda para quem se infectar com o novo coronavírus.

Taxistas solidários

A situação de dificuldade social é a motivação do grupo Taxistas Ações Positivas. Marcos Antônio Robocop lidera os taxistas que estão distribuindo cestas básicas a pessoas em situação de rua. Ele explica que é muito comum realizar corridas para idosos, mesmo antes do surgimento da pandemia do coronavírus:

"Atendo a dona Cleide. Também a dona Sônia em minha carteira de clientes. Uma senhora que me dá uma lista e pede par eu ir ao mercado fazer compras. Faço a corrida pelo preço do taxímetro. Mas ela sempre me dá uma gorjeta. É uma cliente minha antiga".

"Já aconteceu de me chamarem pelo aplicativo. A pessoa me pediu para fazer uma compra em Botafogo. Peguei a lista, comprei os produtos e ela me deu R$ 30. A corrida seria de R$ 10. Está valendo. Com a situação como está, o que cair na rede é peixe", disse.

Já em Vila Isabel, Clóvis Cardoso, o presidente da cooperativa Stop Táxi, disse que seus companheiros têm levado idosos para vacinação, dando descontos:

"O problema é que além de facilitar o preço da corrida, já que não podemos fazer de graça, o próprio mercado está fazendo o transporte desses passageiros. O vizinho do idoso transporta de graça. Outras pessoas ajudam os familiares. Para os taxistas, este tipo de serviço não está adiantando muito. Mas estamos tentando sobreviver", disse.