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Taxistas aprovam cestas básicas da Prefeitura, mas almejam ajuda financeira

Por Carlos Bandeira de Mello em 26/03/2020 às 18:42:25

Fotos: Divulgação SIMEATAERJ

O novo coronavírus afetou a vida dos taxistas, seja no trabalho ou nas finanças. Para auxiliar na alimentação, destes profissionais, a Prefeitura do Rio doará 20 mil cestas básicas para os taxistas auxiliares cadastrados na na próxima semana. Além disso, o presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, deputado Dinonísio Lins (Progressista), solicitou ao ao governador Wilson Witzel que libere o transporte de passageiros entre os municípios do Rio. Há também um projeto emergencial para auxiliar os taxistas feito pelo vereador Jorge Felipe, que criou o Programa de Auxílio Pecuniário de Emergência (Bolsa Taxista). A demanda, por conta das pessoas ficarem em casa e do fechamento das repartições públicas, caiu em 95%.

A reportagem do Portal Eu, Rio! conversou com alguns profissionais que enfrentam o trânsito diário para saber como está a situação neste período de pandemia. Muitos, apesar de reconhecerem o esforço, acreditam que o reconhecimento pode melhorar, especialmente na parte econômica.

Rodrigo Laino, taxista do Mercadão de Madureira que está paralisado, afirmou que é uma iniciativa positiva já que os mercados encareceram na época da pandemia, porém frisa que não é o bastante. "É uma boa iniciativa para amenizar as perdas que estamos tendo sem nosso salário cotidiano. Só que precisamos de muito mais, mas toda ajuda é bem-vinda. Os supermercados encareceram demais", frisou.

Emerson Ramires, que costuma fazer seu turno à noite, também destacou o apoio do governo. No entanto, apontou que muitos taxistas que estão no sistema de motoristas auxiliares não trabalham. O profissional informou que alguns deles, que dão ao suporte aos Autorizatários, podem ou não estar circulando pelas ruas, o que pode prejudicar as doações. "As cestas básicas deveriam ser distribuídas para todos os profissionais, independente da categoria. Deveria ter um mecanismo de identificar as pessoas que trabalham para poder haver justiça, pois há muitos que estão no sistema e não trabalham. Mas ficamos no aguardo de outras ajudas, especialmente financeira, para continuarmos arcando com as despesas", salienta.


O diretor do Sindicato Estadual dos Taxistas, Alexandre Rezende, viu a medida como positiva, mas também avaliou a situação bem abaixo do esperado. Além disso, indicou uma forma dos taxistas receberem um salário mínimo. "Recebi diversos relatos de colegas que, ao final de uma jornada de 12, 14 é até 15 horas de trabalho, empataram o custo entre receita e despesa do dia, quando não terminaram o dia negativos, gastando mais do que faturaram. Óbvio que a distribuição das cestas básicas não será suficiente para a manutenção dos taxistas e das suas famílias. Precisamos da implementação de uma política de auxílio financeiro, algo parecido com a decisão tomada em Niterói, de disponibilizar, inicialmente em abril, um salário mínimo para cada taxista em atividade no município", destacou.

Com relação ao pedido de liberação ao Governo do Estado, a situação está em negociação. Pelo decreto estadual, promulgado por Wilson Witzel, os taxistas não podem transportar passageiros da região metropolitana para qualquer município, por conta das barreiras sanitárias. A finalidade é a de facilitar a saída e chegada daqueles profissionais que compõem a relação de trabalhadores autorizados pelo governo, como médicos, enfermeiros, farmacêuticos, cuidadores de idosos, técnicos de laboratórios e demais relacionados que residam em um município e trabalhem em outro. Alexandre Rezende espera que aconteça um consenso entre às partes. "O entendimento do nosso sindicato, SIMEATAERJ, é de flexibilização das barreiras municipais, enquanto durar o estado de emergência por conta da pandemia do COVID-19. Estamos em tratativas com os órgãos responsáveis na tentativa de chegarmos a um entendimento de consenso entre todos os municípios, sempre respeitando as decisões dos nossos gestores, municipais e estaduais", disse.

Emerson Ramires recomenda no máximo três pessoas por veículo, mas que não existam multas e recolhimento de veículos. "Essas corridas intermunicipais são autorizadas, dentro de um acordo que foi feito. Você saindo do Rio de Janeiro e indo para outro município, tem que estar com taxímetro ligado. Poderiam fazer de bom senso, bom acordo, deixar o trabalho fluir normalmente. Fazer uma recomendação de no máximo três pessoas por veículo, por exemplo, mas não sendo arbitrário aplicando multas e recolhendo carros", sugere.

Rodrigo conscientiza os passageiros e também os motoristas a estarem com os veículos higienizados. Ele também tem medo de pegar o coronavirus, mas aplica um espírito de união da população. "Se não fizermos nossa parte para ajudar nossa população, quem irá fazer? Todos nós temos que nos unir para acabar logo com essa crise que nunca passamos. Temos que estar com o carro higienizado e com as luvas, álcool em gel e máscara para prevenir, pois o perigo está em você pegar na rua e levar para dentro da sua casa para pessoas da faixa etária de risco", conclui.


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