No Dia Nacional do Circo, nada de marmelada no picadeiro. Por conta do Covid-19, pandemia que assola o mundo, e as medidas de segurança e isolamento social tomadas pelo governador Wilson Witzel, foram canceladas as apresentações circenses marcadas para esta sexta-feira (27), no Pátio Benjamin de Oliveira, na Praça Onze.
De acordo com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ), cerca de 17 circos estão com atividades interrompidas no Estado, incluindo 500 pessoas que vivem em traileres, ônibus e carretas e necessitam da renda de bilheteria para sobreviver. "Enviamos uma carta à prefeitura e ao governo, clamando por ajuda durante essa fase", anunciou Limachem Cherem, o palhaço "Cherem", contemporâneo do maior palhaço brasileiro, Carequinha, por 22 anos e diretor do SATED-RJ.
A pedagoga do Circo-Escola Benjamin de Oliveira, localizado em São João de Meriti, Erika Glória, fez coro ao panorama de crise e comentou sobre a situação momentânea de famílias circenses que dependem do dinheiro do público. "Para os artistas que vivem desse dinheiro da plateia, que se alimentam, que pagam suas contas, que sobrevivem com o que fazem no circo, têm sido muito difícil. Diversos espaços estão com as lonas arriadas e, portanto, famílias inteiras estão vivendo sem nada. Na verdade, sem até algo principal, o direito fundamental, que é a comida", revelou.
O governador Wilson Witzel já havia anunciado que o programa Mutirão Humanitário, em meio à pandemia do coronavírus, atingirá um milhão de famílias no Estado do Rio de Janeiro. Os beneficiados receberão uma cesta básica com alimentos e material de limpeza.
O critério de distribuição ficou dividido da seguinte forma: extrema pobreza, com rendimento per capita de até R$ 89; pobreza, com até R$ 168 de rendimento per capita; e baixa renda, abaixo de meio salário mínimo.