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Bolsonaro ignora isolamento social e faz passeio em Brasília

Presidente provoca pequenas aglomerações ao conversar com apoiadores e contraria recomendações do Ministro da Saúde

Por Carlos Bandeira de Mello em 29/03/2020 às 18:34:25

Bolsonaro foi a uma farmácia e a uma padaria no bairro Sudoeste, em Brasília, depois ao Hospital das Forças Armadas e ao centro de Ceilândia. Foto: Reprodução

Após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacar o isolamento social, para controlar o avanço do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro saiu de carro do Palácio da Alvorada, na manhã deste domingo para fazer um passeio por Brasília.

Ele foi a uma farmácia e a uma padaria no bairro Sudoeste, em Brasília, depois ao Hospital das Forças Armadas e ao centro de Ceilândia, uma das regiões administrativas do Distrito Federal.

Por conta de sua presença, o presidente provocou pequenas aglomerações, contrariando as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS. Além disso, tirou fotos junto aos seus apoiadores.

Em Ceilândia, onde uma aglomeração maior se juntou. Alguns populares aparentemente eram maiores de 60 anos, grupo mais vulnerável ao contágio do novo coronavírus.

O presidente também parou para conversar com um ambulante que vende espetinhos de churrasco. O vídeo com a gravação da conversa foi postado na página de uma das redes sociais do presidente.

"A morte está aí, mas seja o que Deus quiser. Só não pode ficar é parado, porque se não morrer da doença, vai morrer de fome. Eu prefiro morrer de nenhum jeito, né?", disse o vendedor, antes de ser replicado por Bolsonaro: "Não vai morrer não"

Houve um decreto do último dia 19 do governador Ibaneis Rocha, que determinou o fechamento de lojas, bares, restaurantes e a proibição de cultos e missas no Distrito Federal devido ao coronavírus. Escolas também estão com as atividades suspensas.

Bolsonaro tem defendido a reabertura do comércio e retomada das atividades nos estados e municípios brasileiros. O isolamento, segundo as ideias do mandatário, deve ficar restrito aos chamados grupos de risco (idosos e pessoas com complicações preexistentes).

Na visão dele, a preocupação com os rumos da economia é tão importante quanto a saúde pública. Ele teme que haja uma onda de demissões devido à interrupção da rotina no país.

No último sábado, Bolsonaro fez uma reunião com o ministro da saúde e outros ministros no Palácio da Alvorada a fim de discutir medidas contra a crise do coronavírus. No mesmo dia, uma juíza do Rio de Janeiro proibiu a veiculação da propaganda "O Brasil não pode parar", registrada em uma das páginas de redes sociais do governo.

Para ressaltar, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou a primeira morte causada pelo novo coronavírus na capital. Trata-se da enfermeira Viviane Rocha de Luiz, de 61 anos, que atuava como assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).




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