Devido às medidas restritivas impostas pelas prefeituras e governos estaduais, que implicaram no fechamento do comércio e a permissão para funcionamento apenas de atividades essenciais, muitas empresas, como fábricas, lojas, concessionárias de automóveis e outros negócios estão sem poder abrir as portas e, consequentemente, sem receita. A grande dúvida é quanto tempo aguentarão durante essa quarentena. Um estudo do Instituto JP Morgan Chase, de 2016, sobre a realidade norte-americana, mostra que, em média, uma pequena empresa consegue manter-se 27 dias sem receita.
O estudo foi divulgado esta semana, para ajudar as empresas neste momento de quarentena por causa do novo coronavírus. “Apesar da importância das reservas de caixa, a maioria das pequenas empresas mantém um nível de reservas de caixa que forneceria uma ‘almofada’ insuficiente perante uma desaceleração económica significativa ou outra interrupção“, aponta o relatório. No contexto atual, essa interrupção está a ser provocada pelo Covid-19.
Para a análise foram ouvidas 600 mil empresas. De acordo com a pesquisa, metade de todas as pequenas empresas não têm condições de suportar 27 dias sem receita. Entre estas, 25% têm uma reserva de menos de 13 dias, e outros 25% conseguiriam aguentar 62 dias. Por exemplo, enquanto, em média, um restaurante poderá aguentar 16 dias, um pequeno negócio na indústria imobiliária tem uma reserva que dá para 47 dias. As empresas de serviços aguentariam 33 dias; as clínicas de saúde, 30; as empresas atacadistas, 23; construtoras, 20; varejo, 19; oficinas, 18; serviços pessoais, 21; entre outros.
A conta foi feita sem considerar as rolagens de dívida, suspensão de corte de serviços de água, luz e telefone por falta de pagamento e pagamento de benefícios à clientela, como R$ 600 para as famílias pobres, por exemplo, anunciadas pelos governos municipais e estaduais e o federal. A União pretende ainda dar ajuda a empresas. Na semana passada, sugeriu permitir a suspensão de dois meses dos contratos de trabalho.
Como forma de sobreviverem em meio ao confinamento que obriga os clientes a ficarem em casa, muitas empresas estão oferecendo seus serviços pela internet. Restaurantes e bares estão trabalhando com entrega de comida e petiscos a domicílio e utilizando as redes sociais para divulgarem seus produtos. O mesmo estão fazendo supermercados (embora estes possam abrir) e até construtoras que usam seus canais digitais para vender seus imóveis. Através de sites interativos, contato dos corretores pelo WhatsApp e por telefone têm sido os recursos usados para tentar fechar negócios. Estudo mostra tempo que as empresas podem suportar sem receita na quarentena