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Mandetta cogita pedir para cidadãos usarem máscaras mesmo sem ter o Covid-19

Ministério da Saúde anunciou que o número de infectados subiu de 5.717 para 6.836 confirmados

Por Anderson Madeira em 01/04/2020 às 20:36:40

Foto: Divulgação/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou hoje que pode recomendar o uso da máscara também para as pessoas não infectadas, quando estas tiverem que sair à rua. A atual orientação é que somente infectados e profissionais da área da saúde usem o acessório, cujo uso é obrigatório na China e na Coréia do Sul, por exemplo, para quem tiver que sair à rua. O objetivo é impedir a disseminação do novo coronavírus. Muitas vezes o portador não sabe que tem o vírus.

Na entrevista coletiva de hoje à tarde, o Ministério da Saúde anunciou que o número de infectados subiu de 5.717 (balanço de ontem) para 6.836 confirmados. Já o número de mortes subiu de 201 para 240. O isolamento social continuou a ser recomendado.

Embora muitas pessoas se refiram ao isolamento social como uma quarentena, as pessoas não estão proibidas de sair de casa. Embora, em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará, além do Distrito Federal, serviços não considerados como essenciais, como pousadas, hotéis, boates, shoppings centers, salões de beleza, entre outros, além de escolas e universidades não estejam autorizados a funcionar no momento. O transporte público continua à disposição para quem precise trabalhar nos serviços considerados essenciais, como farmácias, restaurantes (que atendam em delivery), unidades de saúde, entre outros. Existe apenas a recomendação para que as pessoas fiquem em casa.

Na Itália, China, França e Espanha, que já atingiram o pico de contaminação, indústrias e comércio foram fechados e as pessoas proibidas de sair às ruas. O uso de máscaras para quem tem que sair para trabalhar em algum serviço essencial é obrigatório. Conforme o Ministério da Saúde, a quarentena visa garantir a manutenção dos serviços de saúde em local certo ou determinado. A medida é um ato administrativo, estabelecido pelas secretarias de saúde dos estados e municípios ou do ministro da Saúde e quem determina o tempo são essas autoridades. Segundo o Ministério da Saúde, vale até 40 dias.

O isolamento social serve para separar pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, visando evitar a propagação do coronavírus e a transmissão. No caso, é usado o isolamento em ambiente domiciliar, podendo ainda ser feito em hospitais públicos e privados. Segundo o Ministério da Saúde, o prazo do isolamento é de 14 dias, que é o tempo em que o vírus leva para se manifestar no corpo – podendo ser estendido, dependendo do resultado dos exames laboratoriais. Casos suspeitos que estão sendo investigados também devem ficar em isolamento. Se o exame der negativo, a pessoa é liberada da precaução.

“O isolamento não é obrigatório, não vai ter ninguém controlando as ações das pessoas. Ele é um ato de civilidade para a proteção das outras pessoas”, orientou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira. Já a quarentena, segundo o Ministério da Saúde, é uma medida obrigatória, restritiva para o trânsito de pessoas, que busca diminuir a velocidade de transmissão do novo coronavírus. Ambas são medidas de saúde pública consideradas fundamentais para o enfrentamento da pandemia.

No estado de São Paulo, que tem os maiores números de infectados e de mortes, sendo 2.981 e 164 respectivamente. Lá, foi determinado o fechamento do comércio e mantidos apenas os serviços essenciais, como saúde, segurança e abastecimento. As indústrias continuam funcionando, já que não tem atendimento ao público. O rodízio de veículos está suspenso desde 17 de março, e todos os eventos em que há reunião de fiéis, independente de religião, como cultos e missas, foram proibidos pela Justiça em todo o estado.

O estado do Rio vem em segundo, com 832 casos e 28 óbitos. O governador Wilson Witzel determinou o fechamento de estabelecimentos comerciais e só permitiu o funcionamento dos serviços essenciais. Ficou determinado ainda que só poderão fazer viagens intermunicipais como entre Rio e Niterói, por exemplo, trabalhadores dos serviços essenciais, sendo obrigatório mostrar contracheque ou crachá do local de trabalho.

Na terceira posição em relação ao número de casos está o Ceará, com 444 doentes confirmados e 8 mortes. Lá, as aulas foram também suspensas nas escolas estaduais e universidades públicas e privadas. Foi ainda determinado o fechamento do comércio e a reabertura está prevista para o dia 6 de abril.

Depois vem o Distrito Federal com 355 casos e três mortes. Desde 11 de março, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou uma série de medidas para evitar a aglomeração de pessoas, o que causou mudanças em setores como comércio, educação e lazer. Foi determinado o fechamento de shoppings, feiras e da maioria dos estabelecimentos comerciais. Só podem funcionar clínicas médicas, odontológicas e veterinárias (em caso de emergência), laboratórios, farmácias, funerárias e serviços relacionados, pet shops, postos de combustíveis, mercados, mercearias, lojas de produtos naturais e suplementos, padarias, fábricas e lojas de bolos caseiros e pães, atacadistas, peixarias, operações delivery, oficinas mecânicas, concessionárias de veículos, estandes de compra e venda de imóveis, borracharias, agropecuárias, serviço de tele-entrega, empresas de construção civil, lojas de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal e o transporte público.

Minas Gerais tem 314 casos confirmados e três mortes. A Secretaria de Estado de Saúde informou que deverá estender o isolamento social até o dia 13 de abril. Na ocasião, as medidas de restrição serão reavaliadas. No estado, o funcionamento do comércio também está proibido e só estão mantidos os serviços essenciais.

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