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Moradores da Baixada Fluminense ignoram medidas de distanciamento social

Região contabiliza mais de mil casos suspeitos e 116 positivados

Por André Uchôa em 08/04/2020 às 18:39:57

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os moradores da Baixada Fluminense estão ignorando as medidas protetivas de distanciamento social. A região que confirma um total de 17 óbitos, que dobrou nos últimos três dias, e 116 casos positivados, vive momentos sombrios. Para conter a proliferação veloz do vírus, os prefeitos tomam a todo momento medidas para evitar aglomeração e orientando para utilizar os serviços de entrega, para que evitem sair de casa.

O portal Eu, Rio! percorreu os municípios na manhã desta quarta-feira (8) e constatou atitudes contrária das preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Governo Estadual

Com 19 casos confirmados e três óbitos, os moradores de Belford Roxo relaxaram com o isolamento social e saíram de suas casas. A cidade registrou no último domingo (5) a morte de um profissional da saúde municipal. Jeferson da Silva Rezende, de 38 anos, veio a óbito enquanto esperava uma ambulância na sua casa, após ir três vezes nos hospitais e ser diagnosticado com pneumonia. O resultado do exame testou positivo para Covid-19 após o falecimento de Jeferson.

Andando pelo centro da cidade, nossa equipe se deparou com filas quilométricas nas agências bancárias, principalmente da Caixa, sem o distanciamento de um a dois metros. Com a chegada da sexta-feira santa, as peixarias do centro da cidade estão lotadas de pessoas dentro e fora dos estabelecimentos.

“Não recebi nenhum auxílio do governo. Não posso ficar em casa, tenho três filhos pequenos para alimentar e preciso vender as minhas mercadorias para garantir o sustento deles”, disse a nossa equipe de reportagem um vendedor ambulante que não quis se identificar.

Em São João de Meriti, encontramos na terça-feira (7) uma grande movimentação de pessoas nas ruas e na Praça da Matriz, no centro. Entre uma esquina e outra vimos ambulantes vendendo peixes e outras mercadorias. Essa situação também se repetiu nesta quarta (8).

Ao portal Eu, Rio!, a prefeitura esclareceu que tem orientado como a população deve agir em meio a pandemia e já restringiu o comércio. Já os estabelecimentos que insistem em descumprir o decreto municipal estão sendo multados dentro da lei, após orientação prévia. As equipes de fiscalização tem trabalhado para impedir o descumprimento do decreto.

Nova Iguaçu prorrogou nesta semana por mais 15 dias as medidas de restrição no comércio e isolamento social. Bares e restaurantes funcionam com limitação de 30%. Nas ruas, ainda há aglomerações e moradores cobram fiscalização. A cidade contabiliza 37 casos confirmados, a nossa equipe a Prefeitura não informou os casos suspeitos.

Quem reside no município vive preocupado. A professora de educação física, Marta Vieira (55), disse que as ruas continuam com muitas pessoas e o centro da cidade não tem fiscalização. “Não vemos nenhum agente cumprir as determinações do governo. Se por um lado a população sofre, a prefeitura também não faz nada”, informou.

Na cidade de Mesquita, já foram contabilizados 7 casos, uma morte e 394 suspeitos. O óbito de Abrahão Vanderleir, de 37 anos, foi confirmada no dia primeiro de abril. O técnico de informática estava com dificuldades de respirar e procurou atendimento em diferentes unidades de saúde.

Já em Queimados, os registros dos moradores mostravam muitas pessoas nas filas do Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, mas sem o distanciamento recomendado. Uma moradora da cidade informou que os mercados e loterias também estão sempre lotados. A cidade já contabiliza 7 casos e investiga um óbito.

Para a moradora do bairro Fanchem, Helena de Castro, é preciso ainda ficar em casa. “As pessoas não estão ligando para a situação do nosso estado, muitos ainda preferem ficar nas ruas. Vejo muitos idosos ainda pelas praças jogando cartas. Eu tenho ficado em casa e só saio quando necessário. É uma situação chata, mas temos que preserva nossa vida”, disse.

A Prefeitura informou que já decretou o fechamento dos estabelecimentos não essenciais e permitiu a entrega dos pedidos aos clientes em sistema de delivery. Já sobre as aglomeração de pessoas, as agências bancárias e comércios como padarias e mercados foram orientados a reduzir o número de pessoas dentro de seus espaços e criar protocolos de distanciamento.

Já em Duque de Caxias as pessoas continuam saindo de casa e participam livremente de feiras livres e realizam compra no comércio informal. Só após a primeira morte de Covid-19 na cidade, o prefeito Washington Reis adotou medidas restritivas. Suspendeu por 15 dias serviços como: cinema, teatro e afins; funcionamento de academias, shoppings, centros e estabelecimentos comerciais, bares, clubes, rios e cachoeiras.

A restrição não se aplica a supermercados, farmácias e serviços de saúde, como hospitais, clínicas e laboratórios. Já os restaurantes e lanchonetes podem funcionar, desde que limitem o atendimento ao público a 30% da capacidade, e faça, entregas.

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