Comerciantes e empreendedores driblam a pandemia nas vendas da Páscoa

O isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus prejudicou os negócios de muitos empreendedores e pequenos comerciantes que esperavam ter algum lucro na Páscoa deste ano. Afinal, a restrição de contato físico entre as pessoas impossibilitou a chegada dos consumidores aos produtos oferecidos pelos empreendedores. Diante disso, resolveram buscar alternativas para diminuir os prejuízos.

A entrega em casa, descontos e redução dos preços estão entre os benefícios oferecidos para manter a clientela. Devido à quarentena, os empreendedores estão usando maciçamente as redes sociais e o aplicativo de mensagens Whatsapp. Alguns comerciantes, mesmo assim, sentiram a queda no movimento e tiveram até que dispensar funcionários temporários.

Graziela Batista há um ano começou a produzir doces, chocolates e ovos de Páscoa, depois de mais três anos vendendo quentinhas. Dona da marca Sabor Carioca, ela tem uma página no Facebook, onde divulga os seus produtos. “Usei as redes sociais para fazer a divulgação e estou fazendo entregas em Jacarepaguá e Barra da Tijuca”, conta a empreendedora.

As entregas começaram esta sexta-feira. “Muitas pessoas estão fazendo encomendas ainda. Deixaram para última hora”, explica Graziela, acrescentando que o lucro gira em torno de 50%. De acordo com ela, as vendas estão dentro das expectativas, apesar da crise.

A chef de cozinha Andréa Ferreira, dona do restaurante Leve Vida Gourmet, no Recreio dos Bandeirantes, impedida de manter o estabelecimento aberto, também está investindo em mídias sociais para se aproximar do público. “Nós temos promoções atrativas do tipo, 10 pratos por 180 reais com entregas grátis. Estamos fazendo enquetes nas mídias sociais e vídeos sobre receitas. Temos pratos deliciosos nessa Páscoa que estão sendo bastante vendidos, como; escondidinho de bacalhau, bacalhoada e a nossa mais pedida recorde de vendas a Super Salada com molho de Chocolate com Pimenta, que é criação própria”, informa a chef, que está no ramo há quatro anos.

O restaurante faz entregas em todo o Rio de Janeiro, com dois motoboys. Para dar conta dos pedidos, Andréa conta na cozinha com o também chef Yanck Régis. “Nestes últimos meses os negócios melhoraram muito mais, pois investi em assessoria e obtive uma sócia para ajudar”, relata a chef.

Há contudo quem contabilize os prejuízos, como a rede Chocolândia. O presidente desta, Osvaldo Nunes, declarou à imprensa que nunca viu um movimento tão fraco em época de Páscoa. Por conta do isolamento social, ele contou que precisou dispensar funcionários temporários.

Peixes por whatsapp

O Mercado de Peixes São Pedro, no Centro de Niterói, que todo ano registra grande procura na Semana Santa, este ano precisou limitar o acesso de fregueses a 50 pessoas por vez, para evitar aglomeração. Na entrada, vigiada por dois seguranças particulares contratados pelos comerciantes, os clientes higienizavam as mãos com álcool gel fornecido pela equipe do mercado.

Segundo a Associação dos Comerciantes e Amigos do Mercado São Pedro, muitos fregueses optaram pelo serviço de entrega através do telefone, Whatsapp e rede social. Este ano, o crescimento deste tipo de atendimento aumentou entre 30% e 40%. Apesar disso, a expectativa da entidade é de queda nas vendas em relação ao ano passado, entre 60% e 70%.